SUL FLUMINENSE
Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente com a intenção de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. Mas, atualmente, esse mês também serve para reforçar a conscientização feminina para cuidar da saúde como um todo.
Nesta quarta-feira, dia 7, o Ministério da Saúde lançou em evento online, a Campanha do Outubro Rosa 2020. Durante o evento foi divulgado um levantamento feito pela Fundação do Câncer, com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), revela queda de 84% no número de mamografias feitas no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Por conta da pandemia de coronavírus, muitas mulheres têm deixado de frequentar as consultas regulares, a enfermeira obstétrica e professora do curso de Enfermagem da Estácio Resende, Alessandra Clume Ferreira, destaca que as unidades de saúde estão seguindo rígidos protocolos de saúde para continuar atendendo a população neste momento impar da história. “No começo da pandemia, havia mais resistência em relação as consultas médicas, mas, entramos neste mês especial com as mulheres mais conscientizadas de que podem ir em segurança aos postos e clínicas de saúde. As unidades da região estão preparadas, seguindo os protocolos de segurança, marcando horários mais espaçados para evitar aglomeração, e as mulheres precisam seguir seus cuidados individuais, como usar máscaras e levar o seu álcool gel. Essas mulheres precisam aproveitar essa demanda especial, onde as prefeituras estão se movimentando e oferecendo uma de manda maior de serviços e realizar seus exames em prevenção ao câncer de mama e do colo de útero”, destaca, afirmando que iniciativas como essa são fundamentais para a prevenção, visto que nos estágios iniciais, a doença é assintomática.
De acordo com ela, o protocolo do Ministério da Saúde, destaca que mulheres entre os 25 e os 64 anos, devem fazer tais exames anualmente. “Mas captamos e incentivamos todas as mulheres que tem vida sexual ativa, independente da idade. É importante salientar que quanto mais cedo a mulher realizar os seus exames, mais cedo é diagnosticada alguma possível doença. Temos que chegar antes do adoecimento, quando mais cedo o tratamento for realizado, mas rápido essa mulher terá sua saúde restabelecida”, cita.
Para ela, é essencial que a mulher se conheça e realize o autoexame regularmente. “Crie o hábito do autoexame, se toque em um momento em que você está mais relaxada, como na hora do banho, por exemplo. A partir do momento que encontrar alguma alteração que ela busque um profissional de saúde”, destaca.
Atenção aos sinais
O câncer de mama é um tumor maligno que ataca o tecido mamário e é um dos tipos mais comuns, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ele se desenvolve quando ocorre uma alteração de apenas alguns trechos das moléculas de DNA, causando uma multiplicação das células anormais que geram o cisto. Diagnosticar o câncer precocemente aumenta significantemente as chances de cura, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. Por isso, a mamografia é imprescindível, sendo o principal método para o rastreamento da doença.
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis como: praticar atividade física; alimentar-se de forma saudável; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alcoólicas; amamentar e evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
Sinais e sintomas
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas: Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no mamilo; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Câncer de colo de útero
É o terceiro tumor maligno mais frequente nas mulheres – atrás apenas do de mama e do colorretal – e a quarta causa de morte por câncer entre a população feminina no Brasil. A doença é causada pela infecção persistente do papilomavírus humano (HPV), principalmente por seus subtipos chamados de oncogênicos. Além disso, outros fatores de risco associados são: início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, histórico de verrugas genitais, tabagismo e pacientes com doenças imunossupressoras.
Os sintomas são corrimento vaginal amarelado com odor desagradável, sangramentos menstruais irregulares e sangramento após a relação sexual, além de dores na região do baixo ventre. Nos estágios mais avançados, a paciente pode apresentar dores pélvicas de forte intensidade, anemia, dores em região lombar, alterações miccionais e no hábito intestinal.