Escola tradicional de Resende luta por mais turmas e contra a ociosidade

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RESENDE

Em pleno período eleitoral onde a valorização da educação com criação de mais vagas para suprir a demanda é promessa de praticamente todos os candidatos a um cargo eletivo, uma tradicional escola de 75 anos, em Resende,  luta para poder abrir mais turmas e abrigar mais alunos. Desde 2016, o Colégio Estadual Olavo Bilac, uma das maiores e mais antigas da cidade, não abre turmas novas para o turno da tarde, apesar da grande procura de pais de alunos.

De acordo com o Conselho Escolar da unidade, em 2019 a expectativa é de que apenas quatro turmas funcionem à tarde caso a abertura de novas turmas não sejam autorizadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). Se isso acontecer, serão 12 salas de aulas em condição de atender a comunidade que ficarão completamente ociosas. Na luta para que isso não ocorra, foi que um grupo de alunos e professores realizaram no inicio da tarde de ontem, em frente à escola, uma manifestação onde pedem a abertura de novas turmas no Olavo Bilac. Em seguida o grupo seguiu em caminhada até o Calçadão da Albino de Almeida.

Estudantes e alunos fizeram manifestação em frente a escola – Carlos Henrique Moreira.

Os professores reunidos na manifestação explicam que desde 2016 a escola vem passando por um processo de ‘terminalidade’ do Ensino Fundamental, ou seja, encerrando essas turmas que de fato, é de responsabilidade do município oferecer a população. Com isso, o Olavo Bilac passaria a abrigar apenas o Ensino Médio. Nesse processo, em 2016 foram encerradas quatro turmas do sexto ano do turno da tarde. No ano passado, foi a vez das turmas do sétimo ano do mesmo turno. Porém, não foram abertas nenhuma turma do Ensino Médio. E agora, no final de 2018, serão encerradas as quatro turmas de oitavo ano do turno da tarde. No total, serão oito salas no turno da tarde que ficarão vazias e que já poderiam estar ocupadas por turmas do ensino médio”, explicou os professores na manifestação, acrescentando que há demanda para ocupar as salas e a não autorização para abrir novas turmas prejudica alunos e professores.

Os docentes destacam que o Colégio Olavo Bilac oferece uma excelente infraestrutura de ensino que não pode ser desperdiçada. Além de professores qualificados, a unidade possui laboratórios de informática e ciências, quadra de esportes coberta, banheiro adequado à alunos com deficiência física, sala de recurso, que além de atender alunos do Olavo Bilac, também recebe alunos de outros colégios estaduais; salão estruturado para 500 expectadores; também abriga Inspeção Escolar no município e abriga turmas do pré-vestibular social.

Todos esses argumentos foram encaminhados pelo Conselho Escolar do colégio, por meio de uma carta à Diretoria do Médio Paraíba, órgão ligado a Seduc, situado em Volta Redonda, e que coordenada as ações educacionais do Estado na região. “Mas infelizmente até agora a reposta que temos é que a Secretaria não autoriza abrir turmas no turno da tarde em nosso colégio”, afirmaram os professores.

Os docentes informaram que na semana passada uma representante da Diretoria do Médio Paraíba esteve na escola para uma conversa informal e pediu um prazo até o dia 10 deste mês para trazer alguma resposta da Seeduc sobre a solicitação do grupo. “Nos ofereceram a possibilidade de abrir duas turmas o que não aceitamos. Queremos que sejam abertas as quatro turmas de Ensino Médio no lugar das quatro do Fundamental que foram encerradas como forma de compensação”, frisaram.

O grupo fez uma caminhada pelo bairro Campos Elíseos até o Calçadão – Carlos Henrique Moreira.

O Colégio Olavo Bilac já chegou a ter algo em torno de 1.100 alunos no passado. Atualmente esse número gira em torno de 970 estudantes nos três turnos. Segundo os professores, apesar de ter havido pouca perda de alunos, o número atual demonstra que as turmas existentes estão lotadas e que a abertura de novas turmas poderá reduzir o número de alunos por turma e atender a demanda por vagas.
SEM RETORNO

A redação entrou em contato com a Diretoria do Médio Paraíba para que pudessem se posicionar sobre a reivindicação dos professores do Colégio Olavo Bilac. Eles ficaram de retornar a ligação, mas até a conclusão desta matéria isso não havia ocorrido.

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