Equipe da Santa Casa de Barra Mansa viabiliza captação de órgãos em Resende

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BARRA MANSA

A Organização de Procura de Órgãos (OPO) da Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa viabilizou uma captação de órgãos neste sábado, dia 19, em Resende. A doadora foi uma jovem, de 27 anos, que teve morte encefálica após dias internada no Hospital da Unimed de Resende, onde também aconteceu a cirurgia. Como resultado do diálogo feito pela equipe da OPO, esse ato de generosidade foi aceito e autorizado pela família.

Segundo a coordenadora da Organização, Daniela da Silva, foram captados rins e fígados por cirurgiões do Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro (PET), e córneas pela equipe do Banco de Olhos de Volta Redonda. De imediato, pacientes que estão na fila única de espera do estado já serão contemplados: dois pacientes receberão os rins e um receberá o fígado. A princípio, as córneas serão armazenadas e em breve transplantadas. “A família, mesmo em um momento de dor, teve um ato de amor ao pensar no próximo, quando aceitou doar os órgãos de seu familiar. Esse é mais um trabalho de excelência realizado na Santa Casa”, expressou a coordenadora. E no procedimento de captação, ela informou que participaram neste sábado o anestesista Matheus Chimelli e os cirurgiões Victor Senna Diniz, Munique Siqueira e Maria Eduarda Baptista.

Como acontece o trabalho da OPO

Para a realização do trabalho que viabiliza a captação, é preciso seguir um protocolo que consiste em três etapas. A primeira é identificar o paciente com uma possível morte encefálica, a segunda é a realização de exames clínicos e complementar para a confirmação da morte encefálica. E, por último, a equipe da OPO realiza abordagem familiar, conscientizando as famílias em relação à doação de órgãos e tecidos. “Independentemente do ‘sim’ da família, todos os pacientes com critérios clínicos sugestivos para morte encefálica tem o seu protocolo aberto. E quando finalizado e tem

seu diagnóstico confirmado, são realizados dois exames clínicos por médicos diferentes, teste de apneia e exame complementar”, explicou

A captação só é possível com autorização de familiares. E para fazer essa abordagem com aqueles que acabaram de perder um ente querido, requer treinamentos constantes e atualizações sobre o tema, segundo evidencia Daniela.

Busca ativa

A Organização de Procura de Órgãos existe para auxiliar o trabalho do Programa Estadual de Transplante (PET). Sediado na Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa, desde 2015, essa unidade é responsável pelo Médio Paraíba e atende a 34 municípios da região. O principal objetivo desse setor é realizar buscas ativas nos hospitais, com a finalidade de identificar potenciais doadores de órgãos e tecidos, apoiando todo o processo doação/transplante no estado do Rio de Janeiro.

A equipe da OPO é composta por um médico coordenador, uma enfermeira coordenadora e quatro enfermeiros plantonistas. “A equipe é pequena, mas o trabalho é gigantesco, um único doador pode ajudar a salvar até oito vidas com órgãos sólidos, (coração, fígado, rins, pulmão, pâncreas, intestino) e pode melhorar a qualidade de vida de outras 40 pessoas, por exemplo, com a doação de tecidos (córneas, osso, pele , válvulas cardíacas e outros).

Como ser um doador

Daniela salienta ainda a importância de informar à família o desejo de ser doador de órgãos e como essa atitude salva vidas: “Um único doador pode ajudar até oito pessoas que estão na fila do transplante. A morte é difícil para todos, mas ela também pode ser a chance de uma nova vida para pessoas que estão lutando para viver”, destaca.

Nenhum documento deixado em vida possui valor legal para garantir a doação de órgãos de uma pessoa ao falecer. Por isso, outra oportunidade de expressar a vontade de ser doador é através do cadastro no DOE+VIDA www.doemaisvida.com.br.

 

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