Enem 2020: saiba quais as novas mudanças que podem eliminar o candidato caso desrespeitadas

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BRASÍLIA/SUL FLUMINENSE

Com a pandemia do novo coronavírus, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 passou por adaptações. Este ano, além da prova em formato impresso, que será aplicada em 17 e 24 de janeiro de 2021, dois domingos consecutivos, pela primeira vez haverá a alternativa em formato digital, que acontecerá em 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Visando evitar a propagação da Covid-19, outras regras foram impostas nos editais dos exames e caso descumpridas, o candidato poderá ser eliminado. No total, mais de cinco milhões de pessoas se inscreveram. Além de todas as mudanças e realizar prova em meio a pandemia, os estudantes ainda estão tendo que conviver com as incertezas. Há pedidos para adiamento do exame sendo analisados.

Um deles é da Defensoria Pública da União, justificando que “não há maneira segura para a realização de um exame com quase seis milhões de estudantes neste momento, durante o novo pico de casos de Covid-19″. Mesmo com o número crescente de casos positivos com coronavírus, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) decidiu manter o Enem.

REGRAS  

Além da tradicional regra de apresentar um documento oficial original com foto e de ter uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, neste ano a utilização da máscara é obrigatória. Quem não estiver com a proteção facial não poderá fazer a prova. O equipamento de segurança deverá ser utilizado até o fim da prova e da maneira correta, ou seja, cobrindo totalmente o nariz e a boca, sendo permitida a retirada da máscara somente para se alimentar e beber água.

Importante lembrar também que toda vez que a retirarem, os participantes não devem tocar na parte frontal da máscara, e devem, em seguida, higienizar as mãos com álcool gel próprio ou fornecido pelo aplicador. Os candidatos poderão levar máscaras para trocar durante a prova, seguindo a recomendação de especialistas da área de saúde.

Para evitar aglomerações, o Inep ampliou o número de locais de aplicação de provas, assegurando a distância entre os participantes. Para se ter uma noção,  no ano de 2019 foram 145 mil salas, em 10 mil locais de aplicação, já nesta edição serão 205 mil salas, em 14 mil pontos de aplicação.

INSEGURANÇA PELO MEDO E PELA FALTA DE AULAS

De acordo com o Movimento Ética na Política (MEP), de Volta Redonda, através de um pesquisa realizada, 69% dos estudantes estão inseguros para o exame. A sondagem foi realizada entre os dias 6 e 8 de janeiro via plataforma Google. Dos cerca de 40 inscritos no Enem, 64% responderam o questionário. O resultado confirmou o cenário de insegurança e incertezas dos estudantes: 69,3% afirmaram estarem ‘inseguros e muito inseguros’ para prestarem o exame. Os estudantes creditam ao governo a falta de informações seguras com 65,4%. Em outra resposta, 76,9% apontam a pandemia e os desdobramentos como responsáveis pelo impacto na realização do Enem. Por fim, 48,5% disseram que só retornam aos estudos no MEP, caso não sejam vitoriosos no Enem somente na modalidade presencial, com vacina (seguro).

O candidato morador de Barra Mansa, João Pedro, de 17 anos, é aspirante a vaga para cursar Jornalismo e conta que está receoso em fazer a prova no meio de tantos casos de Covid-19. “Estamos em meio a uma pandemia. É um momento muito complicado para realizar o exame. Eu sou a favor do adiamento, mas por questões de saúde”, comentou.

João se formou em 2020 e acrescentou que com a suspensão das aulas nas escolas públicas, está um pouco inseguro em relação a conquistar uma vaga em uma faculdade somente através do Enem. “Eu não me sinto preparado para fazer o Enem agora, porém, eu penso que preciso entrar em uma faculdade. O fato de me formar no meio de uma pandemia foi muito prejudicial, eu estava inscrito no pré-vestibular social e pensei que teria um bom desempenho, mas estando em casa não consegui focar totalmente com o autoaprendizado. Então, para ter mais chances, estou realizando também vestibular em faculdades particulares”, disse.

A jovem de Volta Redonda, Melissa Fagundes, de 19, quer cursar Medicina. Ela é aluna de um curso pré-vestibular em uma plataforma online e confessa que também está insegura no resultado do exame. “Como eu faço curso pré-vestibular em uma plataforma online não me senti prejudicada com a falta das aulas presenciais. Apesar disso, não me adaptei muito com o ensino a distância então não consegui fazer um cronograma de estudo da maneira que esperava. Creio que com as aulas voltando presenciais, assim que possível, estarei mais confiante”, afirmou.

Melissa comentou também que apesar de já ter realizado o exame, está receosa em relação às novas recomendações. “Acho que a minha maior dificuldade será com a pressão psicológica. Assim como a maioria das pessoas, utilizar a máscara incomoda, apesar de necessário. E tenho medo que o uso da máscara, durante cinco horas, possa me prejudicar de alguma forma”, disse.

PROVA IMPRESSA X DIGITAL

A nova modalidade da prova, agora na versão digital, terá a mesma estrutura que a impressa. Mais isso não significa que os alunos possam fazer dentro das suas casas. No primeiro dia, serão aplicadas 45 questões objetivas de Linguagens e Códigos e 45 de Ciências Humanas, além da redação. Já no segundo dia, serão mais 45 questões de Ciências da Natureza e 45 de Matemática. Para ambas, que precisam ser realizadas nos locais estipulados para as avaliações, os portões abrem às 12 horas, fecham às 13 horas e as provas, nos dois dias, começam às 13h30min. No primeiro dia, terminam às 19 horas, e no segundo, às 18h30min.

A ideia do Inep é que, até 2026, o Enem se torne completamente digital. A expectativa é de que se possa ampliar a quantidade de municípios que recebem a prova e que ela possa ser aplicada mais vezes ao ano.

PARTICIPANTES PERTENCENTES AO GRUPO DE RISCO

Os candidatos doentes crônicos, asmáticos, obesos e idosos, pertencentes ao grupo de risco para a Covid-19, terão atendimento especial no dia da prova. Eles poderão ficar em uma sala com menos participantes. O prazo para os que se encaixam no perfil fazerem a solicitação na Central de Atendimento do Inep já terminou. Idosos não precisaram fazer o pedido. As salas serão separadas com base na data de nascimento deles.

CANDIDATOS INFECTADOS PELA COVID-19 TERÃO NOVA OPORTUNIDADE

Uma nova regra inédita do Enem deu uma segunda chance para que candidatos infectados pela Covid-19 possam fazer a prova. Aqueles que testaram positivo para o novo coronavírus poderão fazer a reaplicação do Enem nos dias 23 e 24 de fevereiro. Para isso, devem informar ao Inep a condição até um dia antes da aplicação do exame. Caso o diagnóstico positivo ocorra no dia da prova, o candidato deverá entrar em contato pela pela página do participante e pelo telefone 0800 616161. O mesmo acontecerá para outras doenças comprovadas e até mesmo se houver falta de luz.

 

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