Encontros online do AA têm aumentado adesão de novos membros na região Sul Fluminense

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BARRA MANSA

Durante a pandemia, muitos trabalhos começaram a ser realizados de forma virtual, como, por exemplo, o atendimento psicológico e aulas online. Com o Alcoólicos Anônimos (AA) não foi diferente. A as reuniões passaram a ser online, através do da plataforma Google Meet. Segundo Renata Alarcão, que é jornalista, profissional amiga do AA e atua como voluntária em toda região Sul Fluminense, o encontro virtual tem tido novas adesões e os membros participam mais constantemente. Renata ressaltou que a situação atual da Covid-19, possibilitou o surgimento da ideia que pode perpetuar após a pandemia.

De acordo com a jornalista, apenas em um mês foram 30 novos membros, sendo eles moradores de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende. “Agora estamos dentro das casas das pessoas, o que foi uma importante ferramenta. Além da quantidade de pessoas que entraram para irmandade, estamos tendo presença constante dos membros. A atividade dos profissionais está mais forte e já tem sido questionado se esse trabalho pode continuar após tudo isso passar”, destacou.

O AA nacional foi quem lançou a ideia que se espalhou pelas regiões logo no início da pandemia, permitindo a todos a participação via celular. Os encontros acontecem diariamente às 10 e às 17 horas. Para participar da plataforma, é necessário um link de acesso que é disponibilizado através da ‘Linha de ajuda AA’, através do número (24) 99881-9832.

De acordo com Renata, há um mês começou a ser feito um trabalho de divulgação sobre a linha e foi quando a adesão de novos membros começou a crescer. “É um pouco difícil comparar os números com as das reuniões presenciais, porque os grupos são independentes” destacou ao ser questionada se a participação dos membros virtualmente é maior do que era presencialmente. “O que a gente percebe é que isso auxiliou no trabalho de abordagem. Às vezes a pessoa fica com vergonha e constrangida de ir as reuniões. De dentro de casa, no seu celular ou notebook, ninguém precisa ver ou saber o que ela está fazendo”, disse.

‘A RECAÍDA É UM FANTASMA’

Questionada se houve um aumento no número de recaídas sem os encontros presenciais, Renata destacou que não há um levantamento oficial dos números, mas afirmou que a atual situação aproximou os membros uns dos outros. “Percebo que eles estão se ajudando e sempre cuidando um do outro. A tecnologia facilitou esse processo”, afirmou.

A jornalista ainda destacou a influência das propagandas de bebidas alcoólicas. “Quase todas as lives que estão acontecendo, são patrocinadas por marcas de cervejas e as próprias músicas incentivam o consumo. Esse é um desafio que temos, pois a bebida é o tempo todo associada a diversão e quando todos estão reclusos, isso pode ser um gatilho considerável”, lamentou, finalizando que a recaída é um ‘fantasma’ constante dentro da dependência. “É uma doença que não tem cura, mas sim tratamento. A pessoa pode está há 20 anos sem beber, mas se ela der um gole, a compulsão volta, e isso que tentamos evitar, trabalhando com o conceito de 24 horas” concluiu.

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