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Empresa vendia carne podre como produto nobre de marca uruguaia

Por Mônica Vieira
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TRÊS RIOS

Uma operação policial nesta semana revelou um esquema criminoso envolvendo a venda de carne imprópria para o consumo como se fosse carne nobre de origem uruguaia. Policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) realizaram, na última quarta-feira, 22, a Operação Carne Fraca, que resultou na prisão de uma pessoa em flagrante em Três Rios. Nesta sexta-feira, 24, as autoridades confirmaram a prisão de mais três suspeitos, totalizando quatro detidos. Foi apurado que os criminosos venderam o produto como se fosse nobre, de marca uruguaia.

De acordo com as investigações, a empresa investigada, localizada em Três Rios, adquiriu 800 toneladas de carne bovina estragada, que havia ficado submersa em lama durante as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no ano passado. Essa carne deveria ser destinada exclusivamente à produção de ração animal, mas foi maquiada e comercializada para consumo humano.

Esquema de adulteração

A polícia apurou que a empresa lavava as peças de carne para retirar os resíduos de lama e as embalava em caixas que imitavam marcas nobres de origem uruguaia. Os produtos, posteriormente, eram vendidos em mercados de todo o Brasil, expondo os consumidores a sérios riscos à saúde.

Além disso, foi descoberto que a mesma empresa repassou parte da carne deteriorada para o frigorífico responsável pela aquisição das 800 toneladas do material podre. Uma peça de picanha do lote adulterado foi encontrada sendo comercializada no próprio estabelecimento investigado.

Outros itens apreendidos


Durante as buscas realizadas na quarta-feira, os policiais encontraram centenas de caixas de medicamentos, testes de Covid, cigarros e produtos de beleza vencidos. Todo o material foi inutilizado com cloro e entregue à companhia de limpeza para descarte adequado.

Impacto nacional e crimes investigados

A polícia informou que investiga os comércios que adquiriram os produtos adulterados da empresa de Três Rios e o envolvimento de outros participantes no esquema. Os responsáveis pela empresa podem responder por diversos crimes, incluindo: associação criminosa, receptação, adulteração de produtos destinados ao consumo humano e corrupção de alimentos.

A Decon do Rio Grande do Sul apoiou as investigações, que apontaram que os suspeitos obtiveram lucros superiores a 1.000% ao comercializar a carne imprópria para consumo humano.

O caso

As irregularidades começaram entre maio e junho do ano passado, quando a empresa investigada aproveitou-se das enchentes no Rio Grande do Sul para adquirir grandes quantidades de carne bovina estragada. Alegando que o produto seria usado para a fabricação de ração animal, os responsáveis desviaram o material e o destinaram à comercialização em mercados de várias regiões do país.

A operação, além de expor um esquema criminoso de larga escala, destaca os riscos à saúde pública causados pela negligência e pela ganância dos envolvidos. As investigações continuam, com o objetivo de identificar outros participantes e garantir a responsabilização dos culpados.

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