Empreendedoras ganham menos que empreendedores, diz Sebrae

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SUL FLUMINENSE

O Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae) divulgou estudo realizado a partir de cruzamento de pesquisas sobre o empreendedorismo. O comparativo entre homens e mulheres mostra que, no primeiro trimestre de 2019, o rendimento médio dos homens supera o das mulheres em todos os níveis de escolaridade, mas a diferença de remuneração diminui à medida que as mulheres alcançam o nível superior. No nível de escolaridade “ensino superior”, os homens têm um rendimento 36% maior do que as mulheres. Enquanto eles recebem R$ 5.228, as mulheres têm um rendimento médio de R$ 3.840. Comparando o nível de escolaridade “ensino médio”, a diferença é a maior entre todas as faixas, pois os homens chegam a ganhar 53% a mais que as mulheres, sendo um rendimento médio para elas em torno de R$ 1.586 e para eles de R$ 2.421.

Já no ensino fundamental, os homens têm um rendimento médio de R$1.638, enquanto as mulheres recebem R$1.102, ou seja, eles ganham 49% a mais. Por fim, para os empreendedores “Sem Instrução”, a diferença de rendimentos ficou em 28%. Nesta faixa, os homens receberam em média R$ 827 e as mulheres tiveram uma remuneração de R$ 647.“Quando homens e mulheres superarem as crenças limitantes e os estereótipos culturais, equiparando responsabilidades em casa e na empresa, as empreendedoras terão mais chances de prosperar não só nas empresas, mas em suas vidas em sociedade”, destacou o presidente do Sebrae, Carlos Melles, citando as questões culturais como um dos principais desafios para mulheres no ambiente dos negócios.

Para a consultora de Recursos Humanos Flávia Pinheiro, a distinção de salários ocorre de forma global entre homens e mulheres no emprego. “É uma questão cultural que tem sido reduzida aos passar da conscientização, valorização e qualificação profissional feminina. São poucas empresas no Sul Fluminense por exemplo que adotam padrão salarial igualitário de total de homens e mulheres em cargos de chefia, por exemplo. A orientação para reduzir este quadro, apesar do machismo e preconceito enrustido nas empresas, a mulher deve investir em cursos, formação profissional de nível superior, pós-graduação, especialização”, comenta. Empreendedora do ramo de artesanato, Elaine Damasceno, de Resende, acredita que o preconceito é o vilão. “Ainda tem muitos casos de pessoas que acham que determinada função ou atividade é exclusiva de homens ou mulheres. Eu cheguei a trabalhar com marcenaria, mas tive poucos clientes e partir para o artesanato, biscuit. Quando era mais nova fui fichada no comércio e até neste ambiente destinam à mulher arrumar a vitrine, limpar, e claro, vender. Não via o gerente pedir para os vendedores arrumar a vitrine, por exemplo. A distinção está enrustida sim e a questão salarial é a mais problemática”, enfoca.

MULHERES EM DESTAQUE

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o Sebrae preparou para o mês de março uma série de atividades para destacar a força da mulher empreendedora. Um dos destaques é o lançamento de um dentro do Portal Sebrae (www.sebrae.com.br) para o empreendedorismo feminino. São diversos conteúdos, como artigos sobre empreendedorismo feminino, dicas e informações sobre os projetos do Sebrae voltados para mulheres que sonham em empreender ou já possuem uma empresa. O espaço também incentiva mulheres a compartilhar histórias de superação no mundo dos negócios.“As mulheres enfrentam mais desafios para se tornarem donas de seus próprios negócios e há muito desconhecimento das dificuldades enfrentadas. Existe uma questão cultural que influencia muito e é preciso reforçar constantemente esse discurso que as mulheres são capazes de empreender”, destacou.

A programação prevê para esta segunda-feira, dia 9, às 15 horas, o webnário com Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora e o tema ‘O poder das redes de mulheres’ para impulsionar os negócios. Na terça-feira, dia 10, o tema ‘Mulheres e Finanças’, terá webnário às 15 horas com Luciana Seabra, uma das maiores referências do mercado financeiro no Brasil.

No dia 11, será a vez de Fabi Saad, escritora do livro “Mulheres Positivas”, no webnário às 15 horas, comentando sobre como as empreendedoras podem gerenciar o tempo gasto com tarefas da casa, cuidado com pessoas sem esquecer o autocuidado. Ela é fundadora do movimento Mulheres Positivas e responsável pelo desenvolvimento e gestão da Plataforma SOS Mulher em parceria com o Governo do Estado de São Paulo. No dia 13, às 15 horas, o webnário terá como tema Mulheres, lideranças políticas e transformação, com Ilana Trombka. A especialista em liderança e atual diretora geral do Senado Federal ensina os desafios e caminhos para mulheres em espaços de poder e porque esse tema é fundamental para a transformação da sociedade.

No dia 16, o tema será Empreendedoras, crenças limitantes e educação com Priscila Cruz, presidente da Todos pela Educação, às 15 horas. Co-fundadora e atual presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação, ela vai conversar sobre como a educação de meninas e meninos pode influenciar o comportamento dos empreendedores adultos. No dia 17, o tema será ‘Mulheres, lideranças e negócios’, com Adriana Barbosa, fundadora Feira Preta e Preta Hub, às 15 horas. Ela foi eleita em 2017 uma das 51 pessoas negras mais influentes do mundo pela Mipad (Most Influential People of African Descendent) e vai contar sobre sua trajetória de liderança e aprendizados em negócios. Ela também comanda a PretaHub, plataforma de aceleração e incubadora de negócios

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