NOVA IORQUE
O secretário-geral da ONU, António Guterres, participa numa reunião de enviados especiais para o Afeganistão que foram destacados por 25 países. As sessões acontecem em Doha, Catar.
Entre os membros da sociedade civil afegã destacam-se mulheres afegãs e representantes da Organização de Cooperação Islâmica, da União Europeia e da Organização de Cooperação de Xangai.
Envolvimento mais eficaz
Guterres disse que iniciará contactos imediatos abordando as condições possíveis para se coordenar um envolvimento mais eficaz entre a comunidade internacional e as partes do processo, como parte das funções de um novo enviado.
Guterres destacou que o ideal é que a próxima sessão inclua representantes talibãs, que também foram convidados para as atuais reuniões, mas recusaram-se a comparecer.
Para o líder da ONU, é preciso pôr fim às restrições impostas pelas autoridades de facto talibãs às mulheres e meninas no Afeganistão. Ele citou consensos entre os participantes sobre o que precisa ocorrer, embora os talibãs não tenham participado.
Obrigações internacionais de um Estado soberano
Guterres apontou que se pretende é um “Afeganistão em paz, em paz consigo mesmo e em paz com os seus vizinhos”.
Ele defende que o país deve ser “capaz de assumir os compromissos e as obrigações internacionais de um Estado soberano em relação à comunidade internacional, aos seus vizinhos e em relação aos direitos das suas próprias populações”.
O secretário-geral enfatizou ainda que os representantes internacionais concordaram em relação ao processo para se atingir tal objetivo.
Comércio, desenvolvimento de infraestruturas e acordos bilaterais
Entre as grandes preocupações, Guterres ressaltou que se deve garantir que o Afeganistão não se transforme num “foco” de atividade terrorista, ao pedir que haja mais inclusão. Ele propôs que diversos grupos sejam representados no Estado.
O chefe da ONU também destacou a necessidade de assistência humanitária eficaz ao país, bem como questões de longo prazo sobre o desenvolvimento do Afeganistão.
O secretário-geral defendeu ainda que continue a cooperação entre o Afeganistão e os países vizinhos em temas como comércio, desenvolvimento de infraestruturas ou acordos bilaterais para o combate ao comércio ilícito de drogas.
*Silas Avila Junior – Correspondente internacional