RIO
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal prenderam preventivamente na manhã de hoje, sexta-feira, o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), Orlando Diniz, na Operação Jabuti, desdobramento da Calicute, a Lava Jato no Rio. Além de Orlando, outras três pessoas ligadas ao Fecomércio são alvos de mandados de prisão temporária. Há ainda outros mandados de busca e apreensão sendo cumpridos.
A acusação envolve crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e pertencimento a organização criminosa. Os ligados ao Fecomércio, segundo a investigação, faziam operações irregulares pagando com altos valores da própria entidade honorários a escritórios advocatícios. O valor soma mais de R$ 180 milhões. E desse valor, R$ 20 milhões teriam sido pagos ao escritório de Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso em Benfica.
Como presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, segundo os investigadores, usou o esquema de dinheiro montado pela organização de Cabral. Sete funcionários fantasmas, pessoas ou parentes ligados aos membros da quadrinha, estavam nos quadros do Sistema S. Essas pessoas receberam por anos salários da Fecomércio e nunca trabalharam no local. Foi apurado que algumas delas trabalharam para Cabral ou eram parentes de outros membros da organização.
Orlando Diniz, além de presidente da Fecomércio, é presidente afastado do Sesc-Rio. Isso aconteceu em dezembro do ano passado, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) o afastou por suspeita de irregularidades no comando dessa entidade.