Em discurso na ONU, Jair Bolsonaro pede combate à ‘Cristofobia’

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NOVA IORQUE

Silas Avila Jr.
Editor Internacional do Jornal Voz da Cidade
Jornalista correspondente na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque

O presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, abriu o debate e tradicionalmente representando o Brasil foi primeiro a discursar na Assembleia Geral de líderes internacionais em Nova Iorque geral das Nações Unidas, hoje, afirmando que o mundo precisa de verdade para superar os desafios. Ele lamentou a morte das vítimas da Covid-19 e disse que a pandemia e o desemprego deveriam ser tratados com a mesma responsabilidade. Ele defendeu liberdade religiosa para todos, disse que o Brasil está pronto para investimentos e afirmou que seu governo combateu a Covid-19 e o desemprego. Bolsonaro diz que país é alvo de uma “campanha brutal” contra sua política ambiental e de proteção da Amazônia.

Por uma falha técnica, o discurso, que durou quase 15 minutos, teve de ser reiniciado após alguns segundos.

Saúde e indígenas

Bolsonaro falou sobre as medidas tomadas pelo Brasil para lidar com a crise global de saúde. Segundo o presidente, mais de 100 bilhões de dólares foram investidos na saúde, houve socorro às famílias indígenas e investimentos na possível vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Ao apelar aos líderes internacionais por soluções para os desafios do mundo, Bolsonaro afirmou que é preciso promover a liberdade religiosa de todos os cidadãos e combater o que ele chamou de “Cristofobia”.

Além da liberdade religiosa, Bolsonaro saudou o acordo promovido pelos Estados Unidos entre Israel, os Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

Para o presidente o Brasil, o acordo é uma “excelente notícia” e representa uma visão promissora para retomar o caminho da “tão desejada solução do conflito entre israelenses e palestinos”.

Amazônia e Pantanal

Ao se referir aos recentes incêndios florestais que devastam Amazônia e o Pantanal, Bolsonaro disse que o Brasil tem sido alvo de uma “campanha brutal” de desinformação com “interesses” escusos. O chefe de Estado brasileiro voltou a ressaltar que “a floresta é úmida e não permite o fogo no seu interior e que os focos de incêndios acontecem no entorno leste da floresta, onde moradores queimam seus lixos em áreas desmatadas”.

O presidente afirmou que tem uma “política de tolerância zero” a crimes ambientais e que as autoridades buscam os autores desses crimes.

Investimentos externos

Jair Bolsonaro lembrou que a pandemia expôs os perigos da dependência de alguns poucos países para a produção de insumos e afirmou que durante toda a crise, o Brasil permaneceu um grande produtor de alimentos para o mundo.

Ele disse ainda que o país está aberto a investimentos em áreas tecnológicas, expondo o grande debate em torno da tecnologia 5G e outras a todos que “respeitem a soberania” e a proteção de dados brasileiros.

Segundo Bolsonaro, em 2019, o Brasil foi o quarto maior destino de investimentos no mundo e teve um aumento este ano, em comparação com o ano anterior. O presidente garante que o agronegócio continua pujante e que o mundo precisa de seu país para se alimentar.

Bolsonaro afirma que o Brasil tem a “matriz energética mais limpa e diversificada do mundo. E que usa apenas 27% do seu território para atividades de pecuária e agricultura.”

Carta da ONU

Ao falar sobre o aniversário da ONU, ele destacou que como membro-fundador, o Brasil continua comprometido com os pilares da paz e segurança, direitos humanos e com os princípios da Carta. E deu como exemplo a acolhida pelo Brasil de mais de 400 mil venezuelanos que fogem da crise no país vizinho. Bolsonaro lembrou do apoio brasileiro às operações de paz e mais de 50 atuações pelo mundo incluindo Angola e Timor-Leste, dois países lusófonos. Ele também ressaltou duas mulheres boinas-azuis brasileiras que receberam prêmios das Nações Unidas pelo trabalho contra violência sexual na República Centro-Africana e na República Democrática do Congo, na África.

Antes do debate, os organizadores do evento lembraram a importância de manter o distanciamento físico, evitar apertos de mão e contribuir com todas as medidas para evitar o contágio com a Covid-19.

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