Eliminação do Brasil retrai venda de produtos verde e amarelo

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SUL FLUMINENSE

O sábado poderia ser de boas vendas e muito movimento no comércio da região que apostou nos itens para a Copa do Mundo, mas a frustração vivida pela Seleção Brasileira que foi eliminada do mundial ao perder por 2 a 1 para a Bélgica, no dia 6, tomou conta também dos torcedores. Desta forma, poucas lojas mantiveram a fachada com produtos nas cores verde e amarelo exposto. Bandeiras, cornetas, blusas, chapéus, perucas e demais artigos antes vistos com frequência no comércio parece ter ganhado o retorno ao estoque como destino.

Em Resende, por exemplo, boa parte dos comerciantes não sabia o que fazer com tantos produtos para a Copa do Mundo sem destino, uma vez que o Brasil já está eliminado. Outros, atentos ao calendário esportivo mundial, lembram que em 2019 o Brasil será sede da Copa América, competição continental onde a seleção busca o título para se aproximar do ranking de seleções vencedoras – o Uruguai detém 15 títulos, seguido da Argentina, com 14; o Brasil aparece em terceiro, com oito sendo o último deles em 2007. “Todos falam na Copa do Mundo do Catar, em 2020. Mas, esquecem que ano que vem teremos a Copa América sendo disputada no Brasil. Vou guardar o material que não foi vendido e apostar nisso. Outro jeito, é guardar pra atender quem busca enfeites para festas temáticas. Eu estava muito confiante no hexacampeonato, reforcei o estoque em maio com camisas e bandeiras. Sobrou uns 40% do que eu trouxe. Não considero prejuízo porque sabíamos que nesse tipo de aposta as vendas aquecem conforme o desempenho do país na competição”, comenta o empresário Danilo Dasviti.

Produtos da Copa do Mundo perdem espaço nas lojas de artigos populares com a eliminação da Seleção Brasileira no mundial

Entre os ambulantes a eliminação também gera queda nas vendas, ainda que os produtos entrem em promoção especial para o fim de semana. “Trabalho somente com camisas estilizadas ou réplicas. Vendemos bem até as oitavas, daquele jogo para esse a procura já caiu, parece que o torcedor já estava apreensivo com a seleção. Sobraram umas 200 camisas ainda, o jeito é oferecer pela metade do preço (R$ 20) ou esperar outro evento. Talvez a Copa América ou a Copa do Mundo de 2020”, conta o vendedor Rodolfo Miranda que investiu R$ 6 mil em mercadorias e lucrou em torno de R$ 4 mil desde o início do mundial. “Pior que os fornecedores não aceitam devolução, se não eu tentaria trocar pelas camisas de times do Brasileirão”, comenta.

TORCIDA IRRITADA

Nas ruas o sentimento do consumidor é de angústia e tristeza, poucos sequer tocavam nos produtos da Copa do Mundo em exposição. “Perdeu a graça totalmente. Nem quero olhar de tanta raiva que sinto, perdemos muitos gols. Se tivesse ganhado eu ia comprar uma camisa para os meus filhos, mas agora, já era. Perdemos e não tem sentido comprar nada verde e amarelo”, comenta a professora Mônica Barbosa. O industriário, Osmar dos Anjos, também ficou frustrado e não por não comprar, mas sim por saber que receberá sua camisa oficial após a eliminação brasileira. “Comprei há quase uma semana, o Brasil estava na fase inicial de grupos, classificado. Com os Correios da cidade em greve a remessa para Resende ficou retida no Rio, só receberei na próxima semana sem chance de vestir com alegria, já perdemos”, disse o torcedor que investiu R$ 250 mais valores de frete na sua camisa, lembrando que os Correios fizeram 28 dias de greve, encerrando a paralisação no dia 3.

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