Educação integral em Barra Mansa promete transformar realidade de alunos

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Seis das 72 escolas da rede municipal de ensino já ofertarão neste ano a educação integral. Além das matérias regulares, a proposta é que os alunos tenham acesso a oficinas de música, artesanato, empreendedorismo, formação profissional como informática e criação de jogos virtuais e programas de automação, robótica, atividades esportivas e ensino de línguas – espanhol, francês, inglês e alemão – para alunos do 6º ao 9º ano, e inglês e espanhol – para estudantes do 1ª ao 5º ano. Para o secretário municipal de Educação, Vantoil de Souza, Barra Mansa sai na frente em uma determinação do Ministério da Educação (MEC), a de ter 50% das escolas públicas ofertando o ensino integral até 2024.

Vantoil tem participado de reuniões com pais e responsáveis para sanar dúvidas sobre a implantação do ensino integral. Ontem foi a vez do Colégio Municipal Prefeito Leonísio Sócrates Batista, no bairro Roberto Silveira; CEI Saturnina de Carvalho e Vieira da Silva, no Centro e Colégio Municipal Joaquim Rodrigues Peixoto Junior, no bairro Boa Vista II.

“O que nós estamos implantando é uma necessidade do país todo, uma determinação do MEC, ou seja, é lei federal. O que está sendo proposto é mudar a realidade dos alunos, que ficarão mais tempo nos colégios, mas onde serão ofertados benefícios muito maiores. Por exemplo, no ensino de línguas, temos como principal a proposta da conversação. Para oferecer francês e alemão levamos em consideração o que está ao nosso redor. Porto Real conta com a fábrica da Peugeot, que é francesa, então um adolescente desses saindo com a mínima fluência no idioma ele já tem mais chances que outro que não possui esse conhecimento. O alemão é pela Volkswagen, montadora alemã, que também está sediada numa cidade vizinha a Barra Mansa. Então com certeza esses alunos vão ser vistos de um jeito diferente numa entrevista de estágio, emprego” argumentou Vantoil.

PROPOSTA

Pela proposta ofertada pela Secretaria Municipal de Educação, os alunos da educação integral ficarão nas escolas de 7 às 17 horas, com períodos de descanso e de atividades livres/recreativas. Eles ainda receberão cinco refeições diárias, com café da manhã, colação, almoço, lanche da tarde e jantar. As escolas estão sendo adaptadas para que os alunos tomem banhos após a prática de atividades físicas, que também estão previstas neste período integral.

“Para não se tornar algo maçante, chato, vamos intercalar as aulas convencionais com as aulas complementares visando dar um maior dinamismo. A nossa ideia é oferecer conhecimento e ampliar as perspectivas de futuro desses estudantes. O empreendedorismo faremos a partir de um convênio com o Sebrae. O aluno já vai poder sair da escola com uma noção e até com o objetivo de se tornar um empresário, por que não? Teremos a robótica que já ocorre em algumas unidades. Nós temos estudantes do (Colégio Municipal) Clécio Penedo que criaram um aplicativo que controla a luz ambiente” disse, citando o projeto “Músicas nas Escolas” do qual fez parte desde a criação em 2003 e que oferece educação musical aos alunos da rede municipal de ensino.

Vantoil destacou que as atividades complementares não terão um peso menor na avaliação e farão parte da grade escolar. Algumas unidades, como o CEI Vieira da Silva, estão passando por adequações. No local, as aulas terão início no dia 1º de março. Por esse motivo, os alunos terão aulas aos sábados, que devem ocorrer de forma intercalada, mas segundo Vantoil não haverá perdas de conteúdo.

O secretário frisou que os pais que não quiserem manter os filhos no período integral podem se matricular em outra instituição, que não oferece o serviço, ou simplesmente conversar na direção do colégio. “Nós vamos entender se a criança já faz inglês em um curso particular e o pai preferir que ela tenha aulas lá. Ou tem ballet no horário em que deveria estar na escola integral. Todas essas especificações terão que ser conversadas com a direção” esclareceu.

Questionado sobre a alegação de alguns pais que disseram que foram surpreendidos pela decisão do ensino integral, Vantoil garantiu que esse assunto foi debatido amplamente com toda a comunidade escolar. “Nós já vínhamos conversando, debatendo, o que ocorreu é que muitos pais acreditaram que isso não fosse sair do papel. E pelo desejo de alguns, como foi na reunião de hoje (ontem), essa mudança deveria ocorrer só o ano que vem, mas não dá senão vamos somente postergar uma decisão. Já teremos seis escolas e o objetivo é ter mais três até agosto. Ano que vem a proposta é termos mais dez, dessa forma nos adiantamos com relação à determinação do MEC. O que estamos fazendo aqui é nos preparar para a próxima década, porque os frutos da Educação não se colhe a curto prazo, é um trabalho de médio a longo prazo” finalizou, lembrando o projeto dos Cieps criados pelo então secretário estadual de Educação, Darcy Ribeiro, na década de 80. “Com certeza se tivemos dado sequência ao projeto do Darcy Ribeiro no governo do (Leonel) Brizola hoje não teríamos essa violência”.

3 Comentários

  1. Só acho que não deveria ser obrigatório e sim opcional…. Mais vamos ver se vai funcionar , vamos ver se daqui uns dias eles não estão mandando os alunos pra casa pq faltou água, oubpq não tem merenda , ou pq a professora tá doente e não tem ninguém pra substituir …..

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