Tenho dedicado minha trajetória política à Educação, desde os primeiros passos como vereador em Niterói na década de 90 até a experiência mais recente à frente da Secretaria de Estado de Educação, onde estive até maio de 2021. Neste período acompanhei o ingresso de novas tecnologias no ambiente escolar, mas nada que se compare ao que está por vir nos próximos anos com a chegada da Educação 5G.
A tecnologia 5G, cujo leilão será realizado em novembro e o início das operações no segundo semestre de 2022, pode provocar uma mudança radical na forma de ensinar e aprender. Com a internet 50 vezes mais rápida do que dispomos hoje nos melhores planos de banda larga, o céu é o limite.
Para citar apenas algumas possibilidades, os estudantes poderão ter acesso instantâneo a conteúdos audiovisuais, realizar aulas no ambiente da realidade virtual ou receber conteúdos personalizados com o emprego da inteligência artificial. Como resultado, podemos esperar aulas mais dinâmicas e divertidas, aumentando o engajamento e o interesse no aprendizado.
Mas para que a Educação 5G seja de fato um instrumento de transformação social é preciso garantir o acesso à mesma tecnologia aos alunos das escolas públicas de todo o país para os conteúdos educacionais. A ppucos dias leilão, mesmo após a publicação do edital, ainda existem dúvidas se o acesso à nova tecnologia de fato chegará a todas as escolas, inclusive as de difícil acesso, e qual será a prioridade da educação pública no cronograma de implantação.
O Brasil tem o maior índice de desigualdade social entre as grandes economias do mundo. A Educação 5G precisa ser de fato universalizada, para não abrir um fosso ainda maior entre ricos e pobres no país. Precisamos estar atentos para garantir igualdade de oportunidades para todos os brasileiros.
Comte Bittencourt
Presidente do Cidadania e ex-secretário de Estado de Educação do Estado do Rio de Janeiro