VOLTA REDONDA
Edson Albertassi, ex-deputado estadual teve um infarto. Segundo informações da família, ele passou mal na sexta-feira, 19, quando foi dar sua primeira entrevista à imprensa no programa Fato Popular, após cinco anos em silêncio. Ele teria ficado emocionado e foi para o hospital após a entrevista. Fez exames e teria ido na segunda-feira, 22, para um hospital de Niterói onde recebeu a notícia de que passará por um procedimento cirúrgico no coração. Albertasi está lúcido.
O ex-deputado estadual por seis mandatos recebeu no último dia 15 a informação que a Operação Cadeia Velha, que o levou preso, foi anulada pelo Tribunal Regional da 2ª Região, por decisão do desembargador Ivan Athiê. O argumento foi que a corte regional não tinha competência para julgar o caso.
Ele foi preso em 2017 no dia em que seria nomeado para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. Durante a operação, dois ex-presidentes da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani e Paulo Melo, também foram presos.
Em 2019, o TRF-2 condenou Albertassi a 13 anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele ficou em regime fechado por dois anos e oito meses. Em fevereiro de 2020, Albertassi conseguiu a progressão para o regime semiaberto. Em abril conseguiu o direito de ficar em prisão domiciliar devido a pandemia de Covid-19. No mês de junho deste ano, conquistou na Justiça a liberdade condicional. E agora recebeu a notícia da anulação da operação. “Toda a operação foi anulada até o recebimento da denúncia. Ele foi inocentado. É como se não tivesse tido o processo”, disse um membro da família.
NA SEXTA-FEIRA
Durante a entrevista na Rádio 88, na sexta-feira, antes de entrar no ar, Albertassi estava nervoso e emocionado ao falar pela primeira vez desde que tudo aconteceu. “Ao sair do estúdio foi para o hospital e descobriu no final de semana que teve um infarto”, contou.
O ex-deputado federal, no Programa Fato Popular, deu entrevista. Por uma hora se sentindo mal. “É um misto de emoção, dor, alegria, muito sentimento junto. Cinco anos guardando muita coisa e espero conseguir resumir”, disse Albertassi na entrevista, quando contou tudo o que aconteceu, numa investigação que começou um ano antes de sua prisão, mas não envolvendo seu nome. Porém, foi incluído dias antes da operação, sem autorização judicial, prestou depoimento sem advogado, em diversas ações irregulares.
“Eles queriam uma delação. Ao longo do processo insistiram nesse ponto. O pedido de prisão foi baseado em um depósito na minha conta corrente em agosto de 2017 proveniente do refinanciamento do meu próprio carro. E outro ponto foi a desconfiança deles da propaganda de um grupo do setor de transporte que divulgávamos na rádio e o mesmo grupo fazia isso em mais 200 outros veículos espalhados no Rio”, lembrou Albertassi.
Na entrevista, o ex-deputado disse que na prisão por dois anos e cinco meses conheceu um mundo que realmente não imaginava como era, viu muitas pessoas inocentes presas e disse que uma das coisas positivas foi poder ajudar. Lembrou que sofreu demais por sua família e pelo fato de seu nome ter sido jogado no lixo. Apontou que sempre foi confiante na vitória e compreender o tempo de Deus. “Tinha a confiança que o dia da inocência chegaria e fiz um propósito com Deus e minha família de que seria uma decisão até o dia 15 de agosto e ao longo do dia essa resposta não foi dada, mas no final do dia aconteceu. Em um processo que não era meu o desembargador, em um processo diferente, o dia da alegria e o milagre chegou no dia certo. Deus honrou minha fé”, contou.
CANDIDATO NESTA ELEIÇÃO
Edson Albertassi ainda teria tempo para se candidatar nestas eleições a deputado estadual. Filiado ao União Brasil, pode entrar como substituto do partido até o mês de setembro e era isso que ele e o seu sobrinho, Betinho Albertassi, estão conversando desde a semana passada quando aconteceu a anulação do processo. Se ele seria o candidato ou Betinho, que é atual vereador. “O maior sonho da vida dele é retornar ao lugar de onde foi tirado na Alerj”, disse o familiar. Agora com a situação da cirurgia, a decisão ficará mais para frente um pouco.