Dívidas de início de ano oneram o orçamento dos contribuintes

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SUL FLUMINENSE

O mês de janeiro está se aproximando da segunda quinzena, prazo suficiente para que muitos trabalhadores já tenham identificado a dificuldade em arcar com as despesas de início de ano. Passada a euforia das compras de Natal e das comemorações do Réveillon, o mês de janeiro é um período de reflexão, que exige do consumidor muito planejamento para não começar o ano com as finanças desajustadas.

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que apenas 9% dos brasileiros dizem ter condições de pagar as despesas sazonais do início de ano, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e material escolar, com os próprios rendimentos. A pesquisa ainda mostra que 11% dos entrevistados não fizeram qualquer planejamento financeiro para pagar esses compromissos neste início de ano.

No Sul Fluminense é comum encontrar trabalhadores angustiados com as dívidas sem ter recursos em mãos. “Todo ano é assim, a gente extrapola um pouco nas compras de presentes, comidas da ceia, réveillon e depois sofre com o mês de janeiro que parece nunca acabar. Tenho faturas de dois cartões de crédito e do plano de dados do celular vencidas no dia 5”, comenta a balconista Samara Mendonça, que possui veículo e terá que arcar ainda com o IPVA 2019. “Ainda não consegui me organizar, negociar. Eu, de fato, não faço parte desses 9% de brasileiros que tem condições de pagar as despesas sazonais de início de ano. O IPVA do meu carro final placa 5 terá prazo de cota única ou primeira parcela, no dia 28 e não terei como pagar”, argumenta a moradora de Volta Redonda que tem renda fixa mensal de R$ 1,2 mil.

Os exemplos mostram como pagar contas à vista gera lucros ao contribuinte

Por outro lado, segundo a CNDL/SPC, há ainda 31% de entrevistados que garantem ter guardado ao menos parte do décimo terceiro salário para cobrir os gastos, ao passo que 24% decidiram abrir mão de compras no Natal passado para sobrar recursos. O levantamento também descobriu que 19% fizeram algum bico ou trabalho extra para aumentar a renda e conseguir honrar esses compromissos. “Eu só comprei meu celular agora, em janeiro, e no saldão de liquidação. Penso que é algo previsível todas as essas contas, inclusive o material escolar das crianças. Lá em casa, eu e a esposa nos organizamos pagando tudo à vista e deixamos um cartão de crédito de sobreaviso para conserto do carro, alguma emergência. não será o caso das contas de IPTU, IPVA e material escolar. Fizemos um bom planejamento e o IPVA, por exemplo, vou quitar na cota única dia 24”, pondera o chaveiro Osmar Duarte, de Barra do Piraí.

ORIENTAÇÃO

Para começar 2019 com a saúde financeira em dia é preciso que o consumidor mantenha a disciplina nos gastos e monte um planejamento. “O recomendável é que o consumidor já tenha traçado no final do ano passado um planejamento das suas despesas sazonais, separando mensalmente uma quantia para essa finalidade. Mas quem ainda não teve tempo ou nem pensou nisso, precisa agilizar a organização para não passar sufoco”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

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