VOLTA REDONDA
Foi a público no mês de fevereiro um racha na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense após a publicação de um boletim pelo presidente Edimar Miguel convocando o diretor de Finanças da entidade a explicar 142 saques realizados no valor de cerca de R$ 670 mil. Esse fato veio a público, o que teria feito chegar na realização de uma coletiva de imprensa por parte da maior parte da executiva no final da tarde desta quinta-feira, onde foi informado sobre a troca de cargos de Edimar Miguel e do tesoureiro Alex Sandro. Agora, segundo a diretoria, o novo presidente é Odair Marino, que ocupava o cargo de vice.
Edimar Miguel, em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, disse que uma parte da diretoria quer destituí-lo da presidência. “Estão passando por cima do estatuto que diz que a força maior do sindicato é assembleia, vamos convocar uma o mais rápido possível para decidir os novos rumos”, cita Edimar ao falar a palavra destituição do seu cargo.
Ele diz que tudo começou quando o conselho fiscal do sindicato começou a ter dificuldades em encontrar informações referentes ao setor. Foram ao banco para solicitar extrato e encontraram mais de 142 saques feitos na boca do caixa. “Todos esses saques totalizavam aproximadamente R$ 670 mil. Então, o conselho fiscal solicitou ao diretor financeiro uma resposta sobre o fato, que por sua vez, pediu 10 dias para responder. Expirado o tempo, não houve resposta alguma. Essa parte da diretoria alega improbidade administrativa, fizeram uma reunião hoje (ontem) querendo me destituir, na visão deles conseguiram, mas pelo estatuto não, é em assembleia que resolvemos”, analisa.
Já Odair Marino aponto que ninguém foi destituído do cargo, mas sim, remanejados para apuração dos fatos. Edimar foi para o setor de organização que fica na diretoria. Já Alex, para comunicação. Dos sete integrantes da diretoria, cinco votaram pelo remanejamento, inclusive Alex Sandro. “Foi um problema interno que foi criado e isso se fez notório para fora do sindicato. Uma situação que era para ser resolvida internamente e podíamos fazer esse remanejamento segundo o estatuto prevê. Já está definido e vamos apurar. Alex ficou de fazer sua prestação de contas no dia 6 de março ao Conselho Fiscal. Sabemos que não houve desvio porque o presidente tinha anuência de tudo. O presidente sabe de toda a movimentação financeira. Vamos dar uma resposta aos trabalhadores”, disse Odair.
Segundo vídeo publicado no Instagram do sindicato, Alex teria se manifestado dizendo que as retiradas, mesmo sem assinatura de Edimar, eram de seu conhecimento. E essas operações seriam para manter o sindicato funcionando. “Vamos ver no final o conflite de interesses que existe e qual é a natureza dos fatos”, conclui.