Dia Mundial da Diabetes celebra papel de enfermeiros no combate à doença

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NOVA IORQUE

Este Dia Mundial da Diabetes tem como tema Enfermeiros e a Diabetes. Esses profissionais de saúde representam mais da metade da força de trabalho do setor no mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, eles desempenham um excelente papel no apoio às pessoas que vivem com uma ampla gama de problemas causados por esta doença.

Importância 

Globalmente, estima-se que 422 milhões de adultos viviam com diabetes em 2014, em comparação com 108 milhões em 1980. Desde então, a prevalência global de diabetes quase dobrou desde passando de 4,7% para 8,5% entre adultos.

A ONU News ouviu o diretor da ADJ Diabetes Brasil, o médico Pedro Saddi, sobre a importância destes profissionais.

Para o endocrinologista, “enfermeiros são uma peça fundamental” no tratamento destes pacientes.

“Se a gente não trabalha em grupo, compartilhando nossas impressões, você acaba tendo uma falha importante no planejamento desses pacientes. Então, a equipe de enfermagem é fundamental na aplicação da insulina, na realização da ponta de dedo, no armazenamento e cuidados com transporte da insulina, em relação aos locais de aplicação, rodízio para evitar a lipodistrofia”.

Pessoas que vivem com diabetes enfrentam vários desafios de saúde complexos, como doenças cardíacas, cegueira, doenças renais e amputações. Segundo a OMS, a educação é vital para equipar os enfermeiros e apoiá-los.

Pandemia 

Este ano, a pandemia de Covid-19 interrompeu a rotina de milhões de pessoas e tornou a doença mais difícil de controlar.

Menos pessoas não compareceram a unidades de saúde para consultas de acompanhamento devido a medidas de permanência em casa, medo de infecção pelo novo coronavírus e interrupções nos serviços.

Uma pesquisa da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, revelou que mais da metade dos países nas Américas tiveram seus serviços de gerenciamento de diabetes suspensos durante a pandemia, com acesso limitado a medicamentos e tecnologias.

Além disso, a diabetes também é uma condição subjacente que aumenta o risco de formas graves da doença Covid-19. O médico Pedro Saddi explicou à ONU News os cuidados extras necessários ao tratamento destas pessoas.

“Nós temos uma repercussão no sentido de intensificar as medidas de prevenção entre os pacientes portadores de diabetes e, eventualmente, entre aqueles que ficarem doentes, uma atenção maior monitorando sinais de alerta para que se identifique aqueles pacientes que necessitariam de internação hospitalar, suporte de oxigênio e ventilação”.

Américas

Sobre a pandemia, o especialista divide os impactos da crise de saúde em duas áreas: individual e saúde pública.

“Do ponto de vista individual, teve repercussões com relação a isolamento social desses indivíduos, que muitas vezes acabou fazendo com que houvesse mudanças de hábito de vida, como aumento do sedentarismo, mudança na alimentação, ganho de peso, com potenciais repercussões no controle metabólico.  Do ponto de vista de saúde pública, a pandemia e o isolamento acabaram tendo repercussão na cadeia de fornecimento de medicamentos e insumos, assim como na própria capacidade do sistema de saúde manter o atendimento a esses pacientes”.

Nas Américas, mais de 60 milhões de pessoas vivem com diabetes.  Se nenhuma ação for tomada, estima-se que haverá mais de 100 milhões de adultos doentes até 2040.

A cada ano mais de 340 mil pessoas morrem de complicações relacionadas ao diabetes na região.

Crise 

Esse crescimento reflete um aumento nos fatores de risco que causam a doença, como sobrepeso ou obesidade. Na última década, a prevalência aumentou mais rapidamente em países de baixa e média renda do que em países de alta renda.

Uma dieta saudável, atividade física e evitar o uso de tabaco podem prevenir ou retardar o diabetes tipo 2. A diabetes pode ser tratada e suas consequências evitadas ou retardadas com medicamentos, exames regulares e tratamento de complicações. A doença também ode ser prevenida por meio de políticas fiscais e de saúde.

A OMS destaca vários exemplos dessas intervenções, como impostos sobre bebidas açucaradas, proibição da publicidade de alimentos ultra processados ​​para crianças, rotulagem de alimentos e promoção de espaços recreativos seguros e acessíveis.

* Silas Avila Jr – Editor Internacional

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