RIO CLARO
No Dia Internacional das Mulheres, celebramos as conquistas e contribuições das mulheres na ciência e liderança em projetos socioambientais. Em um mundo onde a preservação ambiental se torna cada vez mais crucial, o papel das mulheres em cargos de liderança é vital e transformador. Um exemplo inspirador desse protagonismo feminino, é da Bióloga e Engenheira Florestal, Gabriela Teixeira, coordenadora do Projeto PAF (Re) Refloresta.
Mestre em Ciências Ambientais (UFRRJ) e doutora em Engenharia Florestal (UFPR), Gabriela é especialista em recursos hídricos atuando especificamente na agenda de infraestrutura verde do Comitê Guandu, ou seja, sempre com projetos relacionados à conservação, restauração florestal e pagamento por serviços ambientais. Ela, que desde 2017 trabalha na Agevap, Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, agora tem o desafio de liderar o PAF (Re) Refloresta em sua missão de restauração florestal, educação ambiental e desenvolvimento socioeconômico no município de Rio Claro (RJ).
A atuação de Gabriela em prol da conservação ambiental, se enquadra como um dos exemplos do perfil de mulheres que compõe o estudo “A Liderança Feminina na Agenda Sustentável”. Publicado pela FGV em 2022, o estudo levanta evidências de que mulheres tenham um olhar mais voltado à agenda socioambiental e estejam investindo mais em estratégias e práticas de sustentabilidade. Neste estudo, a trajetória dessas mulheres ainda é marcada pela importância da liderança democrática e aberta ao diálogo; a resiliência e a capacidade de se adaptarem.
Para Gabriela, o papel das mulheres na ciência e conservação ambiental, campo historicamente dominado por homens, representa grandes avanços científicos diante da diversidade de experiências e pontos de vista que enriquecem o processo de pesquisa e tomada de decisões, levando a soluções mais abrangentes e eficazes.
“Como mulheres, estamos demonstrando diariamente que pertencemos a esses campos e estamos aqui para ficar. Estamos moldando o futuro da ciência e da conservação ambiental, e nosso trabalho é fundamental para garantir um mundo mais sustentável e equitativo para as gerações futuras. No entanto, ainda enfrentamos desafios significativos. É crucial que continuemos a promover a inclusão e a equidade, garantindo que as vozes e contribuições das mulheres sejam valorizadas e respeitadas em todos os níveis”, disse ela que também completou: “Mulheres e homens muitas vezes têm experiências de vida, valores e pontos de vista diferentes, que são moldados por suas identidades de gênero e experiências únicas. Ao trazer uma variedade de perspectivas para a mesa, os projetos socioambientais podem abordar problemas de maneira mais abrangente e encontrar soluções inovadoras que considerem uma variedade de necessidades e preocupações. Além disso, projetos socioambientais que promovem a diversidade de gênero muitas vezes são mais eficazes em engajar a comunidade local. As mulheres podem sentir-se mais incluídas e capacitadas para participar ativamente do processo de tomada de decisões e contribuir com suas ideias e conhecimentos, o que leva a resultados mais significativos e duradouros”.
Sobre os objetivos e metas do PAF (Re) Refloresta para o próximo ano e como ela pretende alcançá-los, ela diz: “Estamos trabalhando para a consolidação do (Re) Floresta como um braço do Programa Produtores de Água e Floresta. Assim, conseguiremos atuar junto do Comitê Guandu em temas de grande relevância como, por exemplo, o papel das florestas frente às mudanças climáticas; a promoção do desenvolvimento econômico sustentável aliado a ações de restauração florestal e boas práticas agrícolas; educação ambiental e ciência cidadã; e sensibilização por meio da comunicação a respeito do impacto do ser humano na natureza.
Enquanto coordenadora do projeto vou seguir buscando manter um ambiente de trabalho colaborativo, reconhecendo as habilidades únicas e os pontos fortes de cada membro da equipe, permitindo que cada um contribua com seu melhor e se sinta valorizado pelo seu trabalho. Também seguiremos com reuniões regulares para que possamos compartilhar ideias, preocupações e feedback”.
Gabriela ainda aconselha outras mulheres que aspiram a cargos de liderança em projetos de conservação ambiental dizendo para confiar em suas trajetórias e capacidades. “Sigam sempre adiante, buscando informações, dispostas a ouvir e aprender. Que fortaleçam outras mulheres, pois juntas conseguiremos fazer a diferença na conservação ambiental e obter ainda mais sucesso em projetos tão necessários para saúde do nosso planeta. Que reconheçam e celebrem a diversidade de experiências e perspectivas, pois isso enriquece o trabalho em conservação. Desejo que a gente possa sempre encontrar força na comunidade de mulheres que estão trabalhando ao nosso lado, que possamos nos apoiar mutuamente e celebrar nossas conquistas”.
O PAF (Re) Floresta
Com o compromisso de atuar na minimização do impacto ambiental e na mitigação das mudanças climáticas, o PAF (Re)floresta, Água e Carbono está prestes a completar dois anos de ações no território de Rio Claro (RJ). Realizado pela AGEVAP e financiado pelo Comitê Guandu e Programa Petrobras Socioambiental, o projeto realiza um trabalho interconectado entre ações de reflorestamento, educação ambiental, pesquisa cientifica e articulação territorial socioambiental.
Na busca pela restauração florestal, o projeto promove não apenas ações de plantio de árvores, mas também o fortalecimento das comunidades locais por meio de capacitações.
Quanto as ações de restauração florestal, o projeto já alcançou 35% das ações previstas, ou seja, 15.73 hectares dos 45 provenientes das propriedades rurais do município participante do projeto, receberam as ações. O recurso utilizado para essa contratação é proveniente da cobrança pelo uso da água e foi destinado para essa finalidade graças ao Comitê Guandu, que é o ente do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos responsável por deliberar sobre como esses recursos serão investidos.
Uma parte crucial do (Re)floresta é a sua articulação territorial socioambiental. Em colaboração com o Quilombo do Alto da Serra do Mar, o projeto realizou uma série de atividades para estreitar laços com a comunidade e obter informações socioeconômicas, históricas e ambientais. Essas informações culminaram na elaboração de um Diagnóstico de Potencialidades do Quilombo, e embasaram a escolha das capacitações que acontecerão na comunidade. Essa iniciativa envolveu não apenas a comunidade, mas também entidades como o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), a Secretaria de Educação e Cultura, profissionais que já atuaram diretamente com o Quilombo e a comunidade do entorno.
Além disso, o (Re)floresta se comprometeu com a educação ambiental, impactando 262 pessoas em duas escolas municipais por meio de quatro atividades com a comunidade escolar e o público geral.
O projeto ainda conta com a pesquisa intitulada o “Impacto da restauração florestal no estoque de carbono do solo”. Desenvolvido pelo Laboratório de Estudo das Relações Solo-Planta (LSP), do Departamento de Solos do Instituto de Agronomia da Universidade Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e coordenado pelo professor Everaldo Zonta, a pesquisa tem o objetivo de investigar o impacto da restauração florestal no estoque de carbono do solo, a partir do estudo de áreas contempladas pelo Programa PAF na região de Rio Claro. Foram selecionadas 17 áreas para realização da amostragem do solo, englobando áreas reflorestadas pelo PAF, fragmentos de mata nativa e pastagens degradadas.
A respeito da questão do sequestro de carbono, o projeto “(Re)Floresta está desempenhando um papel crucial ao empregar o sensoriamento remoto na quantificação do sequestro de carbono em iniciativas de restauração florestal realizadas no âmbito do Programa Produtores de Água e Floresta, em Rio Claro (RJ).
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