O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, lembrado em 3 de dezembro, é uma oportunidade essencial para refletirmos sobre os avanços e os desafios enfrentados por milhões de pessoas ao redor do mundo. Embora a sociedade tenha avançado no reconhecimento de direitos e na promoção de acessibilidade física, há um aspecto que ainda carece de visibilidade: as deficiências ocultas.
Deficiências ocultas, como transtornos de aprendizagem, TEA (Transtorno do Espectro Autista), condições de saúde mental e doenças crônicas, não são visíveis a olho nu, mas impactam profundamente a vida de quem as vivencia. Estas condições enfrentam frequentemente um duplo desafio: o próprio impacto funcional e a invisibilidade social, que leva ao preconceito, à desinformação e à falta de apoio adequado.
O reconhecimento e a inclusão de pessoas com deficiências ocultas bloqueiam ações que vão além de rampas e adaptações físicas. É necessário promover políticas públicas que estimulem o diagnóstico precoce, a formação de profissionais em diferentes áreas para identificar e atender essas condições, e, sobretudo, campanhas de conscientização que humanizem essas vivências.
Além disso, a inclusão de pessoas com deficiências ocultas precisa ser atualizada por legislações mais claras e pela aplicação efetiva das existentes. A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU destaca que a acessibilidade e a inclusão são direitos universais. Portanto, uma sociedade verdadeiramente inclusiva deve estar preparada para acolher as diferenças visíveis e invisíveis, com empatia e respeito.
O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência deve ser mais do que um marco de conscientização; deve ser um lembrete de que ainda há muito a ser feito para que a inclusão seja uma realidade para todos. Que a invisibilidade das deficiências ocultas seja elevada pela visibilidade da empatia, do acolhimento e do respeito à diversidade humana.
Vamos juntos!
Marcele Campos – Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver –