RESENDE
O projeto Replantar que visa a utilização da mão de obra de apenados da Cadeia Pública Inspetor Luís Fernandes Bandeira Duarte, localizada no distrito de Bulhões, na zona rural da cidade, para a produção de hortaliças começa a sair do papel. A primeira colheita foi feita na terça-feira, dia 26. O projeto, que é pioneiro no estado do Rio de Janeiro, foi firmado no último dia 13, após a assinatura de um convênio entre a prefeitura e a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).
Nesta primeira produção foram colhidas 12 caixas com couve, cebolinha, jiló e taioba. Todos os alimentos serão destinados a 20 famílias em situação de vulnerabilidade econômica cadastradas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
O prefeito Diogo Balieiro Diniz destacou a importância do projeto Replantar no município. “Ficamos muito felizes com mais essa parceria com a SEAP, em que os apenados contribuem ajudando quem mais precisa e têm a oportunidade de poder ressignificar suas vidas, além de aprenderem a cultivar hortaliças e legumes. O objetivo é sempre buscar uma sociedade melhor para todos”, disse Diogo.
De acordo com o projeto, os detentos têm um espaço de 250m² dentro da penitenciária para plantio voluntário de hortaliças e leguminosas, podendo chegar até 500 m². Atualmente, dez apenados participaram voluntariamente desta primeira produção de hortaliças.
Já a secretaria municipal de Desenvolvimento Rural doa todas as sementes a serem plantadas. Enquanto que a secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos atua na intermediação entre a penitenciária e a população, cadastrando as famílias que serão contempladas com os alimentos colhidos.
RESSOCIALIZAÇÃO
O trabalho de ressocialização de apenados através da promoção de oportunidades profissionais não é novidade em Resende. Nos últimos anos, o município também se destacou no trabalho com apenados do regime semiaberto e a ação resultou na reforma de vários espaços públicos da cidade. Entre eles, praças, dez escolas e até um Batalhão da Polícia Militar. Tanto o projeto já executado quanto o novo projeto “Replantar” preveem como contrapartida ao trabalho voluntário dos apenados uma redução da pena, dentro dos parâmetros da lei, com um dia a menos de pena para cada três dias trabalhados.