SUL FLUMINENSE
Entre o balanço final dos gastos com o Natal e em meio à expectativa das possíveis despesas com o réveillon, o consumidor deve ficar atento para não extrapolar o orçamento e entrar o ano novo no saldo negativo. Utilizando o décimo terceiro e outros possíveis benefícios de abono empregatício, muitos trabalhadores se deixam levar pelo apelo da troca de presentes, confraternizações em restaurantes e bares, além das visitas a parentes distantes e ao fim do feriado prolongado de Natal a conta dos gastos pode ficar alta.
Neste caso surgem muitas dúvidas sobre como planejar as finanças para começar o ano novo no azul. Afinal, somente no primeiro trimestre o contribuinte enfrenta valores do IPTU, IPVA, aqueles com filhos em fase escolar devem pagar matrícula e a compra de material escolar. Com gastos fora do controle no fim de ano, a tendência é ter o orçamento comprometido nos primeiros meses de 2019, fato que pode, por exemplo, comprometer um possível passeio durante o Carnaval.
Segundo o orientador financeiro Reinaldo Domingos, o ideal é ter dívidas que possam ser pagas mensalmente com o salário fixo. “A grande maioria das pessoas que estão nessa situação não respeita o seu próprio padrão de vida.É apenas sabendo exatamente o quanto entra e o quanto sai do bolso mensalmente que é possível administrar os gastos sem ficar no vermelho. Evite compras por impulso, pesquise preços e compre à vista: pode parecer difícil, mas, com planejamento dá para comprar à vista tudo aquilo que deseja. Quem poupa dinheiro e pesquisa o melhor preço, paga menos e tem grandes chances de conseguir bons descontos. As prestações também são formas de endividamento”, comenta Reinaldo, que é Doutor em Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiro.
A universitária Sabrina de Oliveira, foi às compras no fim de ano e garantiu o presente de toda a família e o namorado. Agora, lamenta a escassez de recursos para uma possível viagem com amigos, no réveillon. “O pessoal está organizando viagem para Paraty. Combinaram de última hora, eu não devo ir porque gastei além da conta. Usei cartão de crédito e a maior parte do salário e décimo terceiro, juntos. Não costumo guardar recursos do salário, sei que é fundamental, mas o jeito é esperar o pagamento de dezembro e tentar curtir a praia em janeiro”, comenta.
A dona de casa Maria Tereza também garantiu as compras do Natal e teve uma ceia considerada ideal, mas para janeiro projeta a redução de despesas. “O Natal é especial, merece uma atenção com compra de presentes e a ceia farta, reunindo toda a família. O mês de janeiro será ‘longo’, o marido já comentou do IPVA e do IPTU. A caçula deve receber lista de material escolar, enfim. Penso em economizar, mas é mais forte que eu, confesso”, brinca projetando um déficit de R$ 1,5 mil nas contas devido aos gasto com as festas de fim de ano.
Além da famosa estratégia de ‘chorar’ preço nas compras solicitando descontos, o consultor orienta o contribuinte a reter 10% dos rendimentos e assim começar a construir a independência financeira. “É preciso guardar cerca de 10% daquilo que ganha. É importante sempre investigar o que o leva a gastar mais do que ganha, deixando assim de poupar para a realização de sonhos”, frisa.