VOLTA REDONDA
Acreditando estar prestes a conseguir um novo emprego, o desempregado Rafael de Oliveira, de 38 anos, não imaginava que, além de continuar sem trabalho, seria acusado de estupro. Após ser enganado por um falso agente de emprego, ele foi difamado como se fosse um estuprador de criança.Teve nome e foto divulgados em redes sociais, no Facebook e WhatsApp, pelo falso gerenciador. O caso foi registrado, no último domingo, 22, na 93ª Delegacia de Polícia (DP) pelo delegado substituto, Marcello Russo.
Segundo o desempregado, por incentivo de um amigo, na última quarta-feira, ele preencheu uma ficha no Whatssap visando uma vaga de trabalho. Só que, após passar todos os seus dados pessoais ao falso gerenciador de empregos, foi solicitado que, para conseguir o serviço onde ganharia um salário de R$ 2.750, ele deveria fazer um depósito de R$ 100 em uma conta bancária. Foi ai que ele descobriu que estava sendo vítima de um golpe.
Na delegacia, Rafael contou que o anúncio de emprego era para ocupar vaga de soldador, mas no início não desconfiou de nada, pois o homem se identificou como sendo Marco Antônio, mas quando pediu que depositasse dinheiro para conseguir a vaga, acabou desconfiando que estava caindo em um golpe.
A partir daí ele passou a viver um grande pesadelo, pois depois de ter recusado a depositar o dinheiro para o falso gerenciador, descobriu, no último sábado, 21, a foto dele na rede social com um post dizendo que ele era estuprador de crianças. “Atenção sociedade Brasileira este mostro está estuprando crianças em todo o estado brasileiro e foi visto em Volta Redonda. Vamos compartilhar até conseguir matar este mostro que age na porta das escolas oferecendo balas e depois estupra e mata”, dizia a postagem.
Quando viu isso, Rafael disse que ele e a família ficaram desesperados. E, por medo de ser espancado nas ruas pelas pessoas, está evitando sair de casa. Por isso, decidiu registrar o caso na delegacia e divulgar o caso na imprensa.
NOTÍCIA FALSA
Procurado pela equipe de reportagem do A VOZ DA CIDADE, o delegado Marcello Russo, solicitou que as pessoas não compartilhem a notícia falsa. Ele credita que o falso gerenciador esteja praticando o golpe de dentro do presídio. Ele aconselhou que as pessoas devem sempre desconfiar a partir do momento que o criminoso pedir para “pagar” ou “depositar” determinados valores em contas desconhecidas. Lembrou que não existe taxa nenhuma taxa para pagar em troca de emprego. “Isso é um golpe de aproveitadores que aproveitam do desespero das pessoas. Quando observar que terá que desembolsar determinado dinheiro, é a hora que a pessoa tem que ficar atenta”, aconselhou o delegado, ressaltando que nesse caso fica mais difícil para chegar ao suspeito. Mesmo assim, de acordo com Russo, o caso é investigado.