Descarte incorreto reduz em até 40% coleta de recicláveis em Barra Mansa

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BARRA MANSA

A Coleta Seletiva realizada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), em parceria com a Cooperativa de Catadores de Barra Mansa (Coopcat), tem sido feita em 32 bairros, com expectativa de ampliação para mais 28 até março do ano que vem; o que corresponde a 57% da totalidade de comunidades da cidade – que ao todo possui 105, fora os cinco distritos. Segundo dados do setor Resíduos Sólidos do Saae, atualmente são recolhidos 3,2 mil toneladas por mês de lixo domiciliar no município. Desse total, a estimativa de perda de material pelo descarte incorreto por parte da população gira em torno de 1,1 mil toneladas por mês.

“Com base no estudo gravimétrico, que relata toda a composição do lixo doméstico, podemos dizer que temos uma perda, em termos de reciclagem, em torno de 1,1 mil toneladas por mês. Este levantamento nos aponta que podemos reciclar até 40% de todo lixo domiciliar coletado, ou seja, 1,2 mil toneladas no mês. Hoje só coletamos 100 toneladas. Até ao final desse ano, temos a expectativa de coletar, em média, 200 toneladas por mês”, detalhou o coordenador de Resíduos Sólidos do Saae, Jackson Rabelo.

Coordenador do Saae-BM lembrou que um simples copinho sujo de café pode inutilizar uma pilha de papéis para reciclagem

Segundo Rabelo, ainda há pouca adesão ao programa, no entanto ele se mostrou confiante no crescimento. O coordenador do setor de Resíduos Sólidos do Saae destacou ainda a importância da separação dos recicláveis do lixo comum. “As pessoas estão aderindo aos poucos. À medida que for se tornando um hábito, os moradores vão perceber a importância desse trabalho na proteção do meio ambiente, geração de emprego e renda na cidade, redução nos custos com a coleta que acabam diminuindo os gastos do poder público, a melhoria na limpeza pública e a mitigação nos riscos de entupimento dos sistemas de drenagem. Estamos fazendo um trabalho de conscientização nos bairros, sobre a importância na separação dos resíduos, principalmente do lixo seco do úmido”, disse Rabelo.

O coordenador lembrou que um simples copinho sujo de café pode inutilizar uma pilha de papéis para reciclagem. “O lixo seco, como papéis, papelão, metais, plásticos e vidros, devem ser acondicionados separadamente. Copos plásticos com restos de bebidas precisam ser lavados antes de irem para o lixo. Já o óleo de cozinha deve ser colocado em garrafas pet e entregue aos catadores de materiais recicláveis”, informou, destacando que aparelhos eletrônicos também podem ser entregues, com exceção das baterias de celulares que devem ser descartadas em pontos de coleta particulares.

“As pessoas, em casa, não precisam separar os materiais recicláveis. Pode colocar tudo junto num saco só. Lá, na Coopcat os cooperados fazem essa separação em: vidros, plásticos, papel, papelão e etc. Só precisa separar o lixo seco (reciclável) do molhado (não reciclável)”, destacou.

Rabelo frisou que o prefeito Rodrigo Drable (MDB) tem apoiado o trabalho da Coleta Seletiva, o que segundo ele, contribui para o crescimento da consciência ambiental. “Esse apoio político tem sido muito importante. Implantamos esse projeto em 2003, no governo do Roosevelt, e até 2012 com o Zé Renato, tínhamos o recolhimento de 160 toneladas de recicláveis por mês, com cinco mil litros de óleo de cozinha e 68 cooperados na Coopcat. Em 2016, já com outro governo, esse número caiu para 11 cooperados, com o recolhimento de 1,3 mil litros e 28 toneladas de lixo por mês”, comparou Rabelo.

Educação ambiental às salas de aula

O coordenador do setor de Resíduos Sólidos ainda informou que com o trabalho que tem sido feito hoje na cidade, espera que até 2020, Barra Mansa possa reciclar em torno de 400 toneladas de lixo e 15 mil litros de óleo por mês. Para isso, existe um projeto de levar a educação ambiental às salas de aula do município, com o objetivo de tornar crianças e adolescentes em agentes multiplicadores de bons hábitos, como é a reciclagem.

Mudança de hábito pode gerar economia de quase R$ 200 mil por mês

“Os benefícios são inúmeros e acredito que se haver seriedade, como tem sido feito, daqui a quatro anos conseguiremos atender 100% da cidade com a Coleta Seletiva. Além do benefício ao meio ambiente, geração de empregos, a ampliação do serviço vai nos permitir uma economia de mais ou menos R$ 180 mil por mês aos cofres públicos”, disse.

Ao finalizar, Rabelo disse que acredita que em seis meses haverá uma maior adesão ao programa, e revelou que em breve, de forma educativa, as pessoas serão notificadas quando houver erros na separação do lixo reciclável. “A pessoa que colocar lixo comum junto do reciclável será notificada e orientada sobre a conduta correta. Se isso persistir, ela será multada”, comentou o coordenador de Resíduos Sólidos do Saae.

O cronograma da Coleta Seletiva de Barra Mansa pode ser conferida através do link.

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