AGULHAS NEGRAS
O turismo é a principal renda econômica de Visconde de Mauá, distrito de Resende situado no alto da Serra da Mantiqueira, segundo a Associação Turística e Comercial da Região de Visconde de Mauá (Mauatur). E para seguir mantendo bons índices de taxa de ocupação com visitantes de todo o Brasil e outros países, a entidade tem buscado das autoridades municipais e estaduais ações para obras definitivas de reparo na RJ-163. Desde março de 2018, após fortes chuvas na localidade houve a queda de barreiras que afetaram a estrutura da estrada, que é de jurisprudência estadual. Foram 28 dias de interdição, gerando prejuízo à rede hoteleira e comercial da localidade, prejudicando também a rotina dos moradores.
A via está liberada e sinalizada pelo Departamento de Estrada de Rodagem (DER-RJ) mantendo trechos em meia-pista e com o limite de velocidade de 40 Km/h. Em períodos como o atual onde os institutos de meteorologia alertam sobre chuvas fortes, há reflexo também na taxa de ocupação e visitação naquela região. Segundo dados da Mauatur, a taxa de ocupação em Visconde de Mauá para este fim de semana é de 40%. E para o período de Carnaval, a taxa atual de reservas está na média de 75%. A Mauatur considera na projeção os leitos em toda região de Mauá, Maringá, Maromba, Vale do Pavão e Cruzes, totalizando cerca de 2.800 leitos.
A Mautur defende as melhorias visando ampliar o fluxo de turistas em Visconde de Mauá
PLANO INTEGRADO
Na quinta-feira, 14, uma reunião na sede do DER, entre a direção da Mauatur, gestores da Prefeitura de Itatiaia e a direção do departamento estadual determinou a criação do Plano Integrado de Operação da Rodovia. Participaram da reunião o secretário de Planejamento de Itatiaia, Carlos César de Cima Aires; o secretário de Turismo de Itatiaia, Alexandre de Rezende Teixeira; e de Ordem Pública, Carlos César de Paula; além do presidente da Mauatur, Paulo Gomes, e o diretor de administração da Mauatur, Carlos Caniato.
O Plano Integrado de Operação estipula normas que podem provocar o fechamento momentaneamente da RJ-163 no acesso a Visconde de Mauá e região, durante chuvas com alto volume pluviométrico. “O fechamento ou não será dado pelo DER após análise das marcas nos pluviômetros localizados na Pedra Selada e Bagagem, região da Serra do Eme. Em caso de chuva forte, se eles indicarem o limite de 40 milímetros por hora ou o total de 70 milímetros em 24 horas, existe a possibilidade de o DER fechar o tráfego na RJ, momentaneamente. A liberação ocorrerá após análise técnica na estrutura da estrada”, comenta o presidente da Mauatur, Paulo Gomes.
Segundo o vice-presidente do DER-RJ, Raul Marques Fânzeres, o Plano Integrado de Operação da estrada visa garantir a segurança aos condutores e moradores durante temporais. “Vamos entrar em estado de atenção. Toda a operação será amplamente divulgada para a população local, empresários do setor de turismo e prefeituras”, informa, frisando a contratação de equipes de conservação para as RJ-151, RJ-163 e RJ-161.
A RJ-163 é a principal via de acesso para a região de Visconde de Mauá, na Serra da Mantiqueira
TURISMO ABALADO
Segundo o presidente da Mauatur, Paulo Gomes, a precariedade na RJ-163 pode afastar os turistas. “Mostramos que a economia de Visconde de Mauá e localidades vizinhas sobrevivem exclusivamente do turismo. Enquanto a RJ permaneceu interditada, deixamos de arrecadar em torno de R$17 milhões. Alguns estabelecimentos fecharam e outros tiveram que demitir funcionários”, recorda Paulo Gomes.
Segundo a Mauatur, o Governo do Estado tem verba destinada para obras na estrada. “São 50 milhões totais, a cada três meses são liberados R$ 10 milhões. O primeiro para a RJ-163 lote foi liberada em janeiro e já está no caixa do governo. Sobre o edital do DER para indicar empresa para a obra, o Tribunal de Contas do Estado questiona alguns itens. O vice-presidente do DER nos garantiu que responderá no prazo legal, que termina em breve”, observa Paulo Gomes.
