Deley diz que não trocará votos por cargos, emendas ou ambulâncias

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BRASÍLIA

O deputado federal Deley de Oliveira (PTB) voltou a criticar o tom das conversas que giram em torno das negociações entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. No mais recente ato, lideranças governistas disseram que apenas deputados “fiéis” ao presidente Michel Temer terão direito a indicar municípios para receber ambulâncias, gabinetes odontológicos e vans para deslocamento de pacientes.

Apesar de negada pelo Ministério da Saúde, tal prática foi confirmada por parlamentares ligados ao governo federal. Um dos vice-líderes do governo na Câmara disse que o critério para liberação dos recursos será a fidelidade demonstrada pelo parlamentar ao longo do ano. O mesmo parlamentar disse que a “fidelidade” será avaliada nas questões das reformas e também da barração de denúncias contra caciques do governo.

Tal medida afetaria em cheio Deley, que votou pela investigação de todos os suspeitos de envolvimento em casos de corrupção e contra a reforma trabalhista.

“Se isso (direcionamento da liberação de recursos) se confirmar, e eu espero sinceramente que não se confirme, será o maior dos absurdos. Já falaram em barrar as emendas de quem foi contra e já acho isso um absurdo. Agora, usar a saúde como instrumento político, não dá para aceitar”, disse Deley.

Deley mais uma vez garantiu que não trocará convicções por benesses que possam vir do governo. “Quero chegar em minha cidade, que tem berço operário, e em minha região, que é o polo automotivo do estado do Rio, e andar de cabeça erguida. Entregar uma ambulância não amenizará em nada o sofrimento do trabalhador que está tendo seus direitos suprimidos”, afirmou.

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