VOLTA REDONDA
O delegado titular da 93ª Delegacia de Polícia (DP), Luiz Jorge, falou nesta terça-feira, dia 26, com a equipe do A VOZ DA CIDADE sobre as investigações sobre o falso enfermeiro, que estava atuando em dois hospitais da cidade. O caso foi denunciado para o Conselho Regional de Enfermagem.
Segundo as investigações, o homem apresentou nas unidades de saúde pública do município certificado falso para trabalhar nos hospitais, já que não possui registro no Coren-RJ. A Polícia Civil chegou a programar a prisão dele no HSJB esta semana, onde ele faria plantão, mas ele não apareceu para trabalhar.
Segundo o delegado, ele tem 34 anos e usava o nome falso parecido com o original, acrescentando somente o sobrenome Cury. “Ele trabalhava no Hospital São João Batista (HSJB) como técnico de enfermagem desde o ano passado, 25 de outubro, e exercia a função de terapia intensiva fazendo aplicação de medicamentos em pacientes, o que é uma coisa gravíssima em relação ao fato”, destacou Luiz Jorge, lembrando que a pessoa precisa ter qualificação para esse tipo de serviço. “Com isso ele também pode ser investigado até como uso indevido de drogas, aplicação de drogas em pacientes, que é um crime especifico da Lei de Drogas”, completou o policial.
O delegado lembra ainda que ele exerceu função no Hospital Municipal Munir Rafful (Hospital do Retiro), onde começou como técnico ano passado e foi promovido a enfermeiro. “Ele trabalhava no setor de emergência deste hospital na classificação de risco de enfermagem”, disse o delegado. “Na verdade descobrimos de forma parcial que ele não é enfermeiro e que na verdade ele é um ‘açougueiro’, o que se torna ainda mais grave essa função dele exercida”, comparou.
O delegado Luiz Jorge destaca que ele pode responder por exercício ilegal de profissão e pelo uso de documento falso (falsidade ideológica). Será investigado também se algum paciente que ele atendeu teve algum agravante no estado de saúde, lesão corporal ou até mesmo a morte; além da aplicação de remédios, que gera investigação baseada na Lei de Drogas, o que pode gerar outra punição.
“A investigação segue em andamento e estamos intimando a direção do HSJB para quinta-feira, dia 28, apresentar as documentações sobre a contratação desse homem, que segue foragido”, finaliza o delegado.
A Prefeitura de Volta Redonda, através da assessoria de imprensa, informou que o Coren detectou a frauda, que foi confirmada com a ajuda da Secretaria Municipal de Saúde, que fez logo em seguida a demissão. Os documentos falsificados serão entregues nesta quarta-feira para a Polícia Civil.
CASO SEMELHANTE DE FALSA MÉDICA
Na região Sul Fluminense aconteceu este ano, em menos de um mês, um caso semelhante na área da medicina. A equipe da 166ª Delegacia de Polícia de Angra dos Reis, coordenada pelo delegado titular, Vilson de Almeida, prendeu no dia 1° de abril, uma advogada que se passava por médica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro Japuiba.
As informações foram confirmadas pelo delegado, dizendo que ela estava usando de documentos falsos para exercer a profissão. Ele conta que uma agente da própria unidade desconfiou dela, que chegou a fazer três semanas de plantão na unidade, recebendo quase R$ 16 mil pelo serviço.
Segundo as investigações, ela não era contratada e trabalhava no sistema de diarista; mas apresentou diplomas de graduação e pós, assim como documentação da profissão. Entretanto, ela estava usando documentos de outra pessoa.
A mulher chegou a prescrever receitas para crianças e possuía até carimbos de identificação.