SUL FLUMINENSE
Em pesquisa realizada pelo A VOZ DA CIDADE no Instituto de Segurança Pública (ISP), dados referentes ao número de registros feitos nas delegacias da Região Sul Fluminense de pessoas desaparecidas mostram que, em 2023, foram mais de 408 ocorrências. Em janeiro de 2024, já é possível confirmar um aumento de 41,38% no número de casos em relação ao mesmo período do ano anterior. Somente neste primeiro mês deste ano, foram 41 casos registrados, contra 29, em janeiro de 2023.
Volta Redonda e Angra dos Reis, referentes ao ano passado, foram as cidades da região com mais registros. Foram 91 na primeira e 62 ocorrências na segunda. Os municípios que menos apresentaram casos foram Rio das Flores e Sapucaia, com um caso registrado em cada um. Barra Mansa teve 37, seguida de Resende com 30, Comendador Levy Gasparian 24, Barra do Piraí 23, Paraty 21, Paracambi 20, Paraíba do Sul 15, Vassouras 13, Valença 11 e Itatiaia dez. A baixo da dezena, somente além de Rio das Flores e Sapucaia, estão Mangaratiba, Mendes e Pinheiral com nove cada, Miguel Pereira oito, Rio Claro e Piraí com quatro, cada cidade, e Engenheiro Paulo de Frontin e Porto Real com três registros de desaparecidos em todo ano de 2023, também cada uma das duas últimas cidades.
NÃO SE DEVE ESPERAR 24 HORAS
O A VOZ DA CIDADE conversou sobre o assunto com o delegado titular da 88ª Delegacia de Polícia (DP) de Barra do Piraí, Antonio Furtado. Ele destaca que, contrariamente à crença popular, é crucial entender que não se deve esperar 24 ou 72 horas para agir. Ele afirma que a orientação é clara: o fato deve ser informado imediatamente à autoridade competente, assim que se perceba que alguém está ausente e incomunicável. Este é o primeiro passo a ser tomado e não deve ser adiado.
O policial lembra que ao se dirigir à delegacia, é fundamental levar uma fotografia atualizada do desaparecido. “Esta imagem é vital para auxiliar os policiais na busca e identificação. Nenhuma informação deve ser omitida durante o registro do desaparecimento. Todo detalhe, por menor que pareça, pode ser determinante nas investigações”, destaca Furtado.
Segundo o policial, além disso, é recomendado informar amigos, vizinhos e parentes sobre o desaparecimento. Eles podem possuir informações relevantes que podem contribuir para a localização da pessoa desaparecida. Manter alguém no local onde a pessoa foi vista pela última vez é uma medida importante, pois pode fornecer pistas valiosas sobre seu paradeiro.
CAUTELA NAS REDES SOCIAIS
O delegado sugere que familiares e amigos também podem percorrer os locais habitualmente frequentados pelo desaparecido, na esperança de encontrá-lo ou obter informações que possam ajudar na busca. Furtado explica que a divulgação de fotos nas redes sociais pode ser uma ferramenta útil nesse processo, mas é crucial ter cautela. “Evite publicar contatos telefônicos, pois isso pode atrair trotes ou tentativas de extorsão, o que pode atrapalhar as investigações”, aponta.
Em resumo, ao lidar com um desaparecimento, a rapidez na comunicação com as autoridades, a coleta e compartilhamento de informações precisas, e o cuidado na divulgação pública são essenciais para a localização da pessoa desaparecida. “Há várias causas de desaparecimento: brigas familiares, problemas psiquiátricos do desaparecido e prática de crimes. Fazer o registro de ocorrência e seguir as dicas sugeridas aumentam em muito a chance do caso ter um final feliz”, finaliza o delegado Antonio Furtado.