Defesa Civil de Resende monitora obras na Serra da Mantiqueira e o nível dos Rios Paraíba e Sesmarias

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RESENDE

A Coordenadoria de Defesa Civil de Resende confirmou nesta quinta-feira, dia 8, que em virtude das chuvas e a previsão meteorológica de precipitações moderadas a forte no Vale do Paraíba até o fim de semana, mantém o estado de alerta nas ações de desobstrução e manutenção das estradas da Serra da Mantiqueira – acesso a Visconde de Mauá. Além disso, devido à previsão do tempo com mais chuvas, o radar de monitoramento da Defesa Civil tem atenção redobrada para a zona urbana de Resende. Os técnicos acompanham com atenção as oscilações do nível do Rio Sesmarias. O manancial permanecia com nível normal para o período de chuvas até o fechamento desta reportagem, mas com futuras precipitações atípicas pode gerar transtornos. A Defesa Civil de Resende então decidiu ampliar o controle da situação mantendo contato constate com fontes situadas na cidade de São José do Barreiro (SP), no distrito de Formoso – nascente do manancial.

Segundo a Defesa Civil, na Serra da Mantiqueira segue o trabalho de desobstrução das 55 barreiras caídas ao longo dos 30 quilômetros da RJ-163 – via de acesso de Penedo (Itatiaia) a Visconde de Mauá (distrito de Resende). No local as equipes da Prefeitura de Resende têm o apoio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), da Prefeitura de Itatiaia, Exército e ainda membros da Secretaria de Estado de Defesa Civil. Maquinas e operários trabalham diuturnamente na limpeza e reparos da via. A RJ-163 segue interditada por tempo indeterminado, na terça-feira o Departamento de Recursos Minerais (DRM) do Governo do Estado emitiu o laudo feito por geólogos e avaliou que, mesmo sem chuvas, há riscos de novos deslizamentos de encostas e desabamentos de trechos da RJ-163. Segundo o DER, a estrada registra além das barreiras, ao menos 10 pontos de erosão do solo. A recuperação da estrada demanda de obras de infraestrutura, contenção com cortinas atirantadas – estrutura de concreto armado. O serviço não tem prazo para ser executado pelo Governo do Estado, responsável pela RJ-163. O DER aguarda ainda que o Instituto Estadual do Ambiente e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), autorizem que as equipes de trabalho despejem o material das encostas em pontos estratégicos na mata. Por ser considerada Área de Proteção Ambiental o entulho de terra e árvores, que obstruem a RJ-163, não pode ser jogado na vegetação por risco de infração de crime ambiental. Uma vez autorizado, o serviço de limpeza e desobstrução seria mais ágil, porque atualmente o DER atua na localidade com uma carregadeira e dois caminhões, além de novos equipamentos que serão utilizados.

Ainda existe muita lama para ser retirada na RJ-163

Para o coordenador de Defesa Civil de Resende, Atanagildo Oliveira Alves, as chuvas na Serra da Mantiqueira seguem constantes o que dificulta a ação das equipes. Entre a noite de quarta e a manhã de quinta-feira, dias 7 e 8, respectivamente, a região de Visconde de Mauá recebeu precipitações com o volume pluviométrico em torno de 35 milímetros. “Mantemos o alerta de deslizamento nível médio na RJ-163 e há previsão de chuva forte e volumosa, até o fim de semana. A estrada segue interditada pelo DRM e tem a questão ambiental que nos regulamenta a retirada de entulhos utilizando ponto de descarte situado há quase 10 quilômetros do local. Por isso, dedicamos esforços intensos também na liberação da RJ-161 (Serra do Eme) que é a rota alternativa para Visconde de Mauá”, argumenta o coordenador da Defesa Civil.

Sobre a Serra do Eme (RJ-161) a Defesa Civil mantém o fluxo liberado para veículos leves, com atenção à condução em pista escorregadia devido à lama provocada pelas chuvas. “As equipes seguem na RJ-161 porque chove em toda a região, precisamos garantir a qualidade da pista de rolamento. Não teve novas quedas de encostas na RJ-161, mas com as chuvas a atenção deve ser redobrada. Orientamos passar veículos leves. A estrada tem muito barro, é preciso atenção ao volante”, adverte Atanagildo Alves.

As encostas obstruíram o trajeto de veículos pela RJ-163

Nível do Rio Sesmarias é monitorado contra transbordamento

A Coordenadora de Defesa Civil de Resende está acompanhando a situação das chuvas também no Vale do Paraíba Paulista, onde fica a nascente do Rio Sesmaria, na cidade de São José do Barreiro, o distrito de Formoso. O rio atravessa o território fluminense desaguando no Rio Paraíba do Sul, em Resende. No município ele corta a zona urbana nos bairros Parque Ipiranga, Jardim Brasília, Vila Julieta, Barbosa Lima e Centro. Em 2010, o manancial transbordou duas vezes alagando imóveis e gerando prejuízos a moradores do Parque Ipiranga, por exemplo. O governo municipal da época promoveu o desassoreamento do rio e a construção de muros de contenção em locais estratégicos, como no Jardim Brasília e Barbosa Lima. O nível do Rio Paraíba do Sul é monitorado pela Defesa Civil, na tarde desta quinta-feira estava em torno de 3,4 metros – o normal é entre 2 m e 2,5 m. “Os problemas das chuvas na parte urbana de Resende são causados na maioria pela retenção da água sem força de vazão através da rede pluvial nos bairros, em virtude do nível do Rio Paraíba do Sul que também sobe momentaneamente durante os temporais. Monitoramos tanto o nível do Paraíba como do Rio Sesmarias. Aliás, a maior preocupação agora é o Sesmaria por causa dessa previsão de chuvas forte em São Paulo. Temos contato em Formoso,  quando chove forte por lá, algo atípico, temos seis horas de intervalo para agir até que o fluxo das águas cheguem em Resende. A situação no Sesmarias está normalizada, torcemos para que siga assim, mas manteremos a atenção constante até o fim de semana”, justifica o coordenador da Defesa Civil, lembrando que o Sesmarias tem 149 quilômetros quadrados de área de drenagem e em casos de emergência a população deve ligar para o telefone 199, que funciona durante 24 horas.

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