BARRA MANSA
A Central de Tratamento de Resíduos (CTR) informou na manhã desta sexta-feira, 12, que o laudo técnico de avaliação ambiental sobre suposto vazamento de chorume nos rios Carioca e Bocaína constatou que não há indícios de contaminação no corpo hídrico derivado das atividades operacionais da empresa. Porém, a Prefeitura de Barra Mansa alegou que o tempo no qual foi realizada a análise da CTR diminui potencialmente a chance de serem encontrados resíduos do produto contaminante. A multa de R$4 milhões aplicada pelo Executivo em fevereiro pela mortandade de centenas de peixe foi mantida e o processo continua em análise.
A penalidade determinada pela prefeitura no mês passado foi baseada no resultado das amostras de água coletadas no Córrego Carioca que constou o lançamento de substância potencialmente poluidora. A análise indicou um valor 89 vezes maior da demanda bioquímica de oxigênio do indicativo considerado ideal para o corpo hídrico, provocando segundo o Executivo, a morte de inúmeras espécies de peixes ao longo do córrego e do Rio Bocaina.
Por fim, a CTR negou os fatos e informou que para ter uma análise independente uma consultoria externa foi contratada e realizou novos testes, que constataram nesta sexta-feira, não haver indícios de contaminação no corpo hídrico. De acordo com a empresa, a análise corrobora com o documento emitido pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que também não encontrou vazamento de chorume ou qualquer toxicidade.
A CTR informou ainda em nota que o segundo laudo técnico da consultoria contratada, não mostrou nenhuma anormalidade ou lançamento de efluentes nas calhas dos rios e que irá encaminhar os resultados a prefeitura. “A operação se encontra em conformidade com as mais rígidas normas ambientais vigentes, fiscalizada inclusive por autoridades de controle competentes. O estudo será enviado à Prefeitura de Barra Mansa e sua Secretaria Municipal de Meio Ambiente”, contava a nota.
MULTA MANTIDA
Diante dos fatos, a Secretaria de Meio Ambiente emitiu uma nota relatando que procedeu com a análise do ocorrido logo na tarde do dia 1º de fevereiro, quando houve a mortandade de peixes. “Nesta data foi detectada a procedência do vazamento da substância contaminante, possivelmente chorume, concentrado na caixa de drenagem de águas pluviais da CTR”, informou.
De acordo com o Executivo, o tempo de concentração da bacia do Córrego Carioca (período gasto para que a precipitação no ponto mais distante da bacia chegue até a seção de controle) é de duas horas. “Associado a este curto espaço de tempo, as chuvas que ocorreram no período diminuíram potencialmente a possibilidade de serem encontrados resíduos do produto contaminante após 12 horas do vazamento”, esclareceu.
Por fim, a Secretaria ressaltou que a empresa que opera a CTR apresentou defesa prévia e solicitou audiência de conciliação. Com isso o prazo do processo está temporariamente suspenso. Neste período, a multa aplicada no valor de R$ 4milhões está mantida e o processo continua em análise.