CSN garante que turno de 8 horas é legal e assegura empregabilidade

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Com a informação de que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) pretende implantar o turno fixo de oito horas na Usina Presidente Vargas (UPV), a partir do próximo dia 16, o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense promoveu uma assembleia na noite de ontem, na Praça Juarez Antunes, na Vila Santa Cecília. Antes, visando desfazer o boato de que mais de mil trabalhadores seriam demitidos com a implantação do turno fixo, a diretoria da empresa decidiu se pronunciar por meio de nota. Garantiu que, em função da grande crise econômica que afeta o setor siderúrgico no Brasil e da crescente concorrência interna e externa, a implantação do turno de 8 horas na UPV é crucial para assegurar a competitividade da empresa e preservar todos os empregos dos trabalhadores.

Já os metalúrgicos, por unanimidade, rejeitaram o turno fixo de oito horas. Além disso, os sindicalistas convocaram ainda uma votação por escrutínio secreto para amanhã. Só irão participar os trabalhadores que fazem turno. Eles deverão decidir, segundo o presidente do Sindicato, Silvio Campos, se aceitam que o Sindicato negocie com a empresa uma alternativa para o turno fixo de oito horas ou se deflagram logo uma greve, reivindicando assim a manutenção do turno de revezamento de seis horas.

A empresa, ainda em nota, destacou que no turno de 8 horas, o colaborador tem o intervalo de uma hora para refeição e descanso, o que na prática significa apenas 7 horas de trabalho efetivo por dia. Foi publicado na nota também que a CSN é a única entre as grandes siderúrgicas brasileiras ainda adotar o turno de 6 horas. Suas concorrentes adotam turnos de revezamento de 8 ou 12 horas, que dependem de negociação prévia com os trabalhadores ou o fixo pacificamente aceito pela esfera judicial como mais benéfico para os empregados.

A direção da empresa explicou ainda que nas empresas que adotam o turno de 8 horas foram observados diversos benefícios, como melhora na segurança do trabalho, menos deslocamentos, mais folgas e intervalo de almoço com acesso aos restaurantes da empresa. Disse que cabe destacar que a empresa respeita profundamente todos os movimentos sociais existentes, mas não pode deixar de esclarecer pontos que estão sendo distorcidos em comunicados direcionados aos trabalhadores, como o que foi veiculado que haveria a demissão de mais de mil colaboradores com a mudança do turno. “Isso não tem sido cogitado pela empresa. Algumas áreas na UPV, como Cimentos, Aços Longos, Embalagens e Manutenção, já trabalham com turno de revezamento de 8 horas. A propósito, toda a UPV já trabalhou em turno de revezamento de 8 horas entre 2000 e 2008, sem que isso tenha custado empregos e afetado a qualidade de vida dos funcionários e a economia da região”, esclareceu a direção da empresa na nota.

TURNO DE 8 OU 12 HORAS

Relatou ainda que todas as empresas contratadas operam com turnos de revezamento de 8 ou 12 horas, o edital de privatização não prevê o turno de 6 horas, a jornada de trabalho é prevista em lei, e o que a empresa deve fazer é respeitar os limites legais, o limite de 36 horas semanais de trabalho vigora apenas para os turnos de revezamento. Para jornadas fixas, o limite constitucional é de 44 horas, o que é adotado pela maioria das empresas.

Por fim, a nota informou que, considerando que os colaboradores optaram inicialmente por não ouvir os argumentos da empresa e que não houve a possibilidade de negociação do turno de revezamento de 8 horas, a implantação do turno fixo de 8 horas foi a única opção que restou à Companhia. “A empresa permanece aberta para conversar com os colaboradores e seus representantes oficiais”, finalizou a nota.

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