NOVA IORQUE
Em meio aos escombros da devastação causada pelo conflito, Gaza enfrenta agora uma crise humanitária cada vez mais profunda, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertando para um aumento alarmante de mulheres grávidas em estado de desnutrição severa.
Margaret Harris, porta-voz da OMS, expressou preocupação com a situação, destacando que Gaza, outrora um enclave onde o sistema de saúde funcionava eficientemente, agora se vê confrontado com níveis preocupantes de desnutrição, antes inexistentes.
Para mitigar essa crise e salvar vidas, a OMS está buscando estabelecer centros de emergência para a estabilização da desnutrição. No entanto, Harris ressaltou que o progresso tem sido dificultado pela falta de segurança e pelos obstáculos persistentes no acesso à ajuda humanitária.
Apesar dos esforços, apenas um centro de estabilização foi montado até o momento, no sul de Gaza. As tentativas de estabelecer um centro semelhante no norte estão sendo limitadas pela difícil logística de transporte de materiais, devido à falta de garantias de segurança.
Harris fez um apelo veemente para que a entrada de ajuda humanitária seja permitida em Gaza em uma escala massiva, enfatizando que o desespero é generalizado e que, quando essa ajuda chegar, será absorvida rapidamente para atender às necessidades urgentes.
Enquanto isso, o impacto econômico do conflito também é severo. Um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que mais de meio milhão de empregos foram perdidos nos Territórios Palestinos Ocupados, agravando ainda mais a crise.
Zeina Awad, porta-voz da OIT, descreveu a situação como devastadora, alertando que, se o conflito persistir, a taxa de desemprego em Gaza poderá atingir impressionantes 57%. Os dados indicam que cerca de dois terços do emprego total na Faixa de Gaza foram perdidos, juntamente com mais de um terço dos empregos na Cisjordânia.
Com a população enfrentando desnutrição, desemprego em massa e uma economia em frangalhos, a necessidade de ajuda humanitária urgente é cada vez mais crucial. Enquanto líderes mundiais debatem soluções políticas, milhões de vidas estão em jogo em meio a essa crise humanitária sem precedentes.
*- Luciano R. Pançardes – Editor-chefe