Crianças fazem desenhos em troca de doação de agasalhos para população em situação de rua

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VOLTA REDONDA

A empatia pela dor e sofrimento do próximo é uma lição que deve ser ensinada desde criança. E foi pensando nisso que a volta-redondense, Lucimara dos Santos, de 41 anos, resolveu incluir seus filhos de nove anos, os gêmeos Vitor Emanuel dos Santos e Luiz Paulo dos Santos, em uma ação social. A campanha acontecerá no próximo domingo, dia 14, de 9 às 12 horas, na Praça Brasil, em Volta Redonda. Em troca de cobertores e agasalhos para a população de rua, os gêmeos realizaram desenhos à mão, para presentear o doador.

Segundo contou Lucimara, Vitor Emanuel sempre desenhou muito bem, e tinha vontade de vender suas ilustrações. “Tenho acompanhado os noticiários sobre o frio que tem feito e vejo como a população de rua sofre com isso. Por isso decidi fazer a campanha e sugeri ao meu filho que ao invés de vender os desenhos, nós poderíamos trocá-los por esses materiais, para ajudar o próximo”, relatou, expondo que na mesma hora Vitor aceitou a ideia. “O irmão dele, Luiz Paulo, quis fazer parte também. Então o Vitor começou a desenhar e o Luiz a pintar, para poder ajudar na campanha”, disse orgulhosa.

Lucimara ainda falou sobre a quantidade de pessoas em situação de rua que estão se aglomerando no Escritório Central, na Vila Santa Cecília. “A partir das 18 horas eles já começam a se juntar para dormir lá. As noites estão tão frias e a gente fica pensando em como podemos ajudar”, disse, acrescentando que, caso arrecadem bastante, parte das doações serão entregues em mãos para essas pessoas e outra parte para as instituições que realizam trabalho para os mesmos.

QUAL A MELHOR FORMA DE AJUDAR?

Em conversa com o A VOZ DA CIDADE foi levantada a questão se a doação dos materiais para essas pessoas, não poderia influenciá-las a continuar nas ruas, já que é dessa forma que muitas instituições orientam. Segundo Lucimara, a questão é polêmica e pode ser analisada. “Me preocupo se esse ato pode ou não influenciá-los. Existem as instituições, mas mesmo com frio, muita gente continua nas ruas de qualquer forma, então ajudar não vai fazer mal”, relatou.

ENSINANDO E AJUDANDO

Para Lucimara, ver os filhos, tão pequenos, se importando em ajudar o próximo é de uma tremenda felicidade. “Eles são crianças e tiveram essa visão. São desenhos que eles gostam, o Vitor desenha a mão, são perfeitos e ele poderia guardar ou querer vender, mas topou ajudar”, disse, acrescentando que se cada um fizer um pouco, muita gente pode ser ajudada. “Somos os exemplos dos filhos, e ensinar e devemos ensinar a empatia, pois amanhã não estaremos aqui”, finalizou.

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