Cresce o endividamento de Micro e Pequenas Empresas

0

SUL FLUMINENSE

O mês de junho registrou mais de cinco milhões de Micro e Pequenas Empresas (MPEs) inadimplentes no Brasil, número recorde histórico desde março de 2016, segundo dados divulgados esta semana pela Serasa Experian em análise nacional. Na comparação com o mesmo mês de 2017 o crescimento foi de 9,5%. E na relação com maio deste ano a alta foi de 1%. A Serasa Experian é uma empresa de análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios.

A justificativa para o crescimento da inadimplência, segundo os economistas da Serasa Experian, é a lenta retomada do crescimento da economia brasileira, a dificuldade na geração de caixa das pequenas empresas e o aumento do custo de matérias-primas. Para os micros e pequenos empresários, os entraves com empréstimos e pouca rotatividade no capital de giro dos negócios também contribuem para os dados fecharem no vermelho. “Eu tinha uma funcionária e a dispensei recentemente, reduzindo os gastos na venda de roupas. As mercadorias estão encalhadas, as vendas não fluíram e as contas com fornecedores e outras despesas fixas mensais chegam e você precisa cumprir seu dever. Tenho três empréstimos em andamento, acerto as mercadorias com atraso e assim vou levando apostando em dias melhores”, comenta a comerciante de roupas e bolsas, Dandara Maria, de Resende.

Em Barra do Piraí, a balconista Lúcia Maria Ferreira, que mantém uma micro empresa de venda de frangos assados, também enfrenta dificuldades. “Não está fácil não, as contas aumentam e a clientela não tem dado o retorno necessário. Fizemos alguns investimentos em equipamentos, acessórios para entregas a domicílio. Fechei abril no vermelho, recuperei em maio, mas em junho voltamos a ter dificuldades”, conta.

Segundo a Serasa Experian, entre os 5,174 milhões de micros e pequenas empresas brasileiras com CNPJs negativados em junho, o total de 46,5% delas é do segmento de Serviços, seguida de 44,5% do Comércio e 8,6% da Indústria.

Os indicadores por regiões do país mostram que das MPEs que estão endividadas a maioria está concentrada no Sudeste (54,3%) e no topo do ranking estadual o Rio de Janeiro conta com 8,3% do total nacional das MPEs no vermelho.

REFIS COMO AUXÍLIO

Uma alternativa para os endividados é utilizar o refinanciamento. Os débitos apurados no Simples Nacional até a competência de novembro de 2017 poderão ser parcelados em até 180 parcelas mensais. As cinco primeiras parcelas vencerão a partir do mês de adesão, correspondendo a 1% da dívida consolidada, corrigidas pela taxa básica de juros, a Selic. Mas atenção, caso o contribuinte não pague integralmente os valores correspondentes a 5% da dívida consolidada (com as devidas atualizações), o parcelamento será cancelado. O saldo restante poderá ser liquidado integralmente, em parcela única, com redução de 90% dos juros de mora. O procedimento deve ser realizado pelos MPEs na Receita Federal. “O valor da parcela mínima será de R$ 50 para o Microempreendedor Individual (MEI) e de R$ 300 para as demais MPEs”, reitera o advogado Diego Brantes.

Deixe um Comentário