Covid-19: ONU cita riscos em crises humanitárias na Líbia, Afeganistão, Sudão e Síria

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NOVA IORQUE

Na terça-feira, dia 31 de março, o escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Ocha, alertou para os riscos que o novo coronavírus (Covid-19) representa para vários cenários de emergências humanitárias. O escritório destacou o caso da Líbia, onde já foram confirmados oito casos. O país tem um alto risco de propagação devido aos níveis de insegurança, fraco sistema de saúde e o crescente número de migrantes, refugiados e deslocados internos.

Dificuldades

Segundo o Ocha, os confrontos e as medidas de restrição estão prejudicando o acesso humanitário e a livre circulação de médicos e outros profissionais, além de afetar a distribuição de ajuda à população.

Tanto as autoridades líbias como as agências humanitárias adotaram medidas de precaução para evitar a transmissão, que incluem isolamento social e limitação de movimentos. Não é possível, por exemplo, despachar caminhões para percorrer longas distâncias, devido ao toque de recolher obrigatório que impera na região.

Nesse momento, a agência está negociando com as autoridades isenções para as atividades humanitárias, que devem incluir voos humanitários necessários para transportar pessoal e suprimentos.

Muitos programas estão sendo suspensos, atrasados ou reduzidos, mas a resposta humanitária continua com treinamento e capacitação de especialistas em saúde e envio de equipes de resposta rápida.

A aquisição e distribuição de suprimentos também estão em andamento, incluindo luvas, aventais, máscaras e géis desinfetantes. A ONU e parceiros já distribuíram cerca de 100 mil folhetos informativos.

Afeganistão e Sudão

No Afeganistão, já foram confirmados 114 casos, com a cidade de Herat sendo a mais afetada. As agências humanitárias estão dando prioridade à pandemia. Algumas ONGs reduziram sua presença e muitos funcionários estão trabalhando remotamente.

Algumas operações estão sendo aumentadas, para responder a esta ameaça e garantir a continuidade dos serviços. Os escritórios da ONU permanecem abertos e os funcionários trabalhando.

Já no Sudão, existem seis casos confirmados e duas mortes. Todos eles são pessoas que viajaram recentemente.

O Ocha e parceiros continuam apoiando o governo na preparação e resposta. No fim de semana, o coordenador humanitário, Gwi-Yeop Son, repetiu o apelo do secretário-geral por um cessar-fogo. Son afirmou que “é hora de parar os conflitos armados, acabar com as hostilidades e concentrar em salvar vidas”.

De acordo com o coordenador, nas áreas afetadas por conflitos os serviços de saúde foram os mais afetados. Ele disse que é crucial criar corredores por onde pode circular a ajuda humanitária e abrir janelas para a diplomacia e a paz.

Síria

Na segunda-feira, dia 30, o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, disse ao Conselho de Segurança que foram confirmados 10 casos na Síria, incluindo uma morte. Segundo ele, o vírus “tem um potencial arrasador nas comunidades mais vulneráveis em todo o país”.

Os sistemas de vigilância e alerta precoce apoiados pela ONU foram reforçados em todo o território em parceria com as autoridades. Planos de preparação e resposta foram desenvolvidos, colocando equipamentos e suprimentos prontos para serem utilizados.

Neste momento, o Laboratório Central de Saúde Pública é reabilitado, unidades de isolamento estão sendo preparadas e programas de envolvimento das comunidades desenvolvidos.

Para Lowcock, todos os esforços são afetados pelas fragilidades do sistema de saúde, altos níveis de movimento de pessoas, dificuldade de obtenção de suprimentos e implementação de medidas de isolamento em áreas de deslocamento, onde existe alta densidade populacional e baixos níveis de saneamento. (*Com informações da Agência ONU News).

* Luciano R. Pançardes – Editor Chefe

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