VOLTA REDONDA
Os coveiros do Cemitério Municipal Bom Jardim Isidório Ribeiro, localizado na Avenida Waldir Sobreira Pires, no bairro Bom Jesus, conhecido como Cemitério do Retiro, fizeram uma paralisação de suas atividades na manhã desta quarta-feira, dia 16. Os trabalhadores alegaram a falta de condições de trabalho e prejuízos com redução de hora-extra, parcelamento e atraso no pagamento do salário mensal. Além disso, os responsáveis diretos pelos sepultamentos e a manutenção interna no cemitério, reclamavam da falta de equipamentos de proteção individual (EPI) em meio à pandemia da Covid-19.
A ação não teve prejuízo à sociedade, pois não houve agendamento de sepultamento naquele horário. A situação foi elucidada no fim da manhã, a Secretaria Municipal de Infraestrutura interveio a favor dos trabalhadores promovendo a entrega de material de limpeza, higiene e EPIs, entre outras medidas.
O secretário Vinícius Ramos Pereira, o Bill, teve reunião com os servidores no local e explicou a todos a situação sobre os salários. “Do total de 25 servidores lotados no cemitério, quatro tiveram erro no lançamento de seus proventos pela prefeitura. Identificamos o problema junto da Secretaria de Administração e o departamento de Recursos Humanos. A correção foi providenciada e toda a demanda solicitada pelos coveiros ja começou a ser atendida”, disse Bill.
Após a reunião, a prefeitura promoveu o fornecimento de material de EPI, uniformes, álcool gel e sabão, entre outros itens de limpeza e higiene. “Também vamos destinar um veículo para auxiliar as atividades internas dos servidores do cemitério. Com a reunião foi adiada qualquer intenção de paralisação”, frisa o secretário.
Segundo relatos ao A VOZ DA CIDADE, os trabalhadores temem o contágio com a Covid-19 e também reclamam do parcelamento dos salários. “Chegamos ao limite e hoje decidimos que não íamos realizar sepultamentos aqui no Cemitério do Retiro. Reduziram hora-extra, parcelaram salários, não davam EPI, uniformes novos. Chegamos ao limite. Com a presença do secretário houve a reunião e a promessa de melhorias e decidimos acatar, mantendo o serviço ativo novamente”, comenta o servidor Sandro de Oliveira.
Para o também servidor, Fernando Ribeiro, a falta de um veículo para o deslocamento gera situações desconfortáveis. “O cemitério é extenso, há situação que precisamos ir para a parte alta e não há veículo para o coveiro utilizar, muitas das vezes contamos com a carona das famílias nos velórios”, frisa, citando que em média ocorrem sete sepultamentos ao dia no local. Em razão da pandemia, o número aumenta pela necessidade de enterro imediato das vítimas da doença. “Temos uma escala pesada e queremos que a prefeitura reveja isso junto de todos os demais pedidos de salário e benefícios”, frisa o servidor.
DECRETO MUNICIPAL
O Sindicato dos Funcionários Públicos do Município de Volta Redonda informou que não teve intervenção na ação dos coveiros, sendo uma decisão isolada. Mas, ainda assim, acompanha e compreende o manifesto dos trabalhadores.
O parcelamento salarial dos servidores afeta todo o funcionalismo uma vez que a medida é embasada pelo decreto nº 16.229 da Prefeitura de Volta Redonda. Editado pelo prefeito Samuca Silva, ele determina medidas de ajuste econômico como o parcelamento de 50% do salário de forma quinzenal e a suspensão do pagamento do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) até dezembro de 2020.
No caso dos serviços essenciais, há exceção. “O cemitério com o serviço de sepultamento integra a lista de serviços essenciais e os servidores recebem até o sétimo dia útil. Reiteramos que houve um erro no lançamento do pagamento e uma vez ciente disso, junto das demais medidas que anunciamos já estamos providenciando a correção, o serviço segue normalmente no Cemitério do Retiro”, reitera o secretário de Infraestrutura, Vinícius Pereira.