Correios: fim da paralisação favorece empreendedores e população

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SUL FLUMINENSE

Os Correios esperam o fim da paralisação dos ecetistas iniciada no dia 18, aguardando o julgamento da ação de Dissídio de Greve ajuizada no dia 25, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O movimento grevista é nacional e ainda que seja parcial, tem mobilização em unidades do Sul Fluminense, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), abrangendo o Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) de Resende, Barra Mansa, Barra do Piraí e Volta Redonda, além do Centro de Entrega de Encomenda (CEE) de Volta Redonda. A categoria reivindica a manutenção de direitos do Acordo Coletivo de Trabalho e mais proteção para atividades nas ruas e unidades, durante a pandemia da Covid-19.

Na quinta-feira, 27, os Correios ressaltaram que desde o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, têm sido transparentes sobre a sua situação econômico-financeira, agravada pela crise mundial causada pela pandemia de Covid-19. A empresa alega que não tem mais como suportar as altas despesas, o que significa, dentre outras ações que já estão em andamento, discutir benefícios que foram concedidos em outros momentos e que não condizem com a realidade atual de mercado, assegurando todos os direitos dos empregados previstos na legislação.

Cita que a paralisação parcial em curso somente agrava esta situação. A intransigência das entidades representativas, que tornaram a greve uma prática quase anual, está prejudicando não só o funcionamento da empresa, mas, essencialmente, a população brasileira. “Isso porque se trata, também, de uma questão de saúde pública: famílias podem ser impactadas com a espera de remédios e produtos de saúde, enquanto aguardam o desenrolar da paralisação. Os Correios transportam, ainda, materiais biológicos – como amostras de sangue, por exemplo – para detecção de doenças e análises clínicas para secretarias de saúde e laboratórios em todo o país”, afirma a estatal.

Os Correios prosseguem com a greve ainda que de forma parcial, segundo a ECT – Arquivo

Sobre esta categoria de objetos, destacam-se o envio mensal de leite em pó (cerca de 300 mil latas), medicamentos (mais de 100 mil itens), 7 mil testes do pezinho, dentre outros tipos de materiais, que somam mais de 425 mil objetos desta natureza por mês, contabilizados somente os clientes com contrato, fora as postagens que ocorrem diretamente nas agências.

Afirma ainda que empreendedores estão sofrendo impactos nos seus negócios, tendo em vista que dependem dos serviços da empresa para conseguirem se manter com a pandemia. “A economia brasileira está sendo afetada como um todo. Diante dessa situação, amplamente exposta nos últimos meses, a empresa aguarda o julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho para por fim ao impasse. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo”, frisa os Correios que finaliza o comunicado para a imprensa dizendo confiar “no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, promovendo o retorno ao trabalho das pessoas que ainda se encontram em greve, já que a questão encontra-se em juízo e será resolvida pelo TST”.

GARANTIA DE DIREITOS

Para o Sintect-RJ, a greve representa a luta dos ecetistas pela manutenção de direitos trabalhistas, a principal razão da greve é que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos obteve liminar para a retirada de 70 clausulas vigentes até 2021 do ACT, com o intuito de privatizar os Correios. “O que queremos é que se respeite a decisão tomada no TST. O julgamento iniciado dia 14 foi exatamente por da suspensão da norma regulatória que a ECT conseguiu no STF. Julgamento que ainda está em andamento, mas a empresa de forma ditatorial já impõe retirada de vários benefícios que estavam garantidos até 2021”, explica Esmeralci Silva, diretor do Sintect no Sul Fluminense.

Ele destaca que o ajuizamento do Dissídio de Greve no TST é  um avanço. “A empresa se recusa a negociar diretamente com os trabalhadores, mantendo a imposição de sua pauta unilateral de retirada de direitos. Esperamos que a Justiça seja feita, uma vez que em nenhum momento pedimos aumento, apenas que fosse respeitado o acordo bianual, que encerra em 2021”, finaliza.

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