Comissão pede para ANTT e governador Pezão retomada do Trem Barrinha

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SUL FLUMINENSE/ESTADO

O trem de passageiros conhecido como Barrinha, que liga Japeri à Barra do Piraí pode ser retomado. Em reunião na manhã de ontem, a Comissão Especial em Defesa do Transporte Ferroviário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu que enviará à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), um estudo de viabilidade econômica propondo a retomada. O encontro aconteceu na Assembleia e contou com a presença de membros da Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados, os parlamentares receberam representantes da ANTT, do Tribunal de Contas da União (TCU), do Movimento em Defesa dos Trens (MDT) e da MRS Logística, atual concessionária do trecho.

O atual contrato de concessão da linha férrea prevê, segundo o presidente da comissão da Alerj, deputado André Ceciliano (PT), a possibilidade da operação de quatro trens de passageiros diariamente.  “Nós queremos levar o estudo de viabilidade para a ANTT e buscar um operador. Queremos também sensibilizar o governador da importância da ligação entre Região Metropolitana, Baixada Fluminense e Sul Fluminense”, declarou, citando o crescimento do setor metalúrgico na região.

O estudo de viabilidade foi produzido entre 2002 e 2005 pelo Movimento em Defesa dos Trens e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo o integrante do movimento, Sérgio Paixão, o estudo será atualizado. “Mesmo em atualização, ele já mostra ser viável economicamente. É importante dizer que o transporte de passageiros vai, além disso, pois ele interfere na estrutura geopolítica e econômica de uma determinada região”, explicou.

A Comissão Especial em Defesa do Transporte Ferroviário funciona desde o final do ano passado. Uma audiência pública, segundo ele, será proposta para ser realizada na Alerj. A comissão ainda fará requerimentos de informações para saber da real possibilidade da volta do trem com a ANTT.

MRS

Esse encontro de ontem contou com a participação de representante da MRS Logística. Segundo a gerente geral de Relações Institucionais, Rosa Cassar, o contrato de concessão feito em 1996, não determina que a empresa seja a responsável pela operação do serviço de passageiros. “A MRS tem como objeto de concessão apenas o transporte de carga e só poderá disponibilizar faixas de domínio para que seja construída uma linha segregada de passageiros”, esclareceu.

Durante o encontro, o presidente da Comissão de Transportes da Câmara dos Deputados, deputado Altineu Cortes (PMDB), criticou a influência das concessionárias na elaboração da renovação de contrato. “Esse contrato tem que atender a sociedade e faremos audiências em Brasília sobre o tema. As pessoas estão interessadas e vão ter a força da Comissão da Câmara”, declarou.

TREM BARRINHA

Em 1996, o Trem da linha Barrinha, que tinha 46 quilômetros de extensão, foi extinto por conta de um grave acidente envolvendo um trem de carga e outro de passageiro. O fato foi registrado meses antes da assinatura do contrato de concessão.

Para integrantes do Movimento em Defesa dos Trens, a volta do serviço após 20 anos de extinção, é importante para a região, pois traz a possibilidade de alavancar o processo de desenvolvimento do Vale do Paraíba e a integração com a região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Foto: Divulgação

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