VOLTA REDONDA
O deputado Gustavo Schmidt (PSL), presidente das comissões permanentes de Meio Ambiente, de Saneamento Ambiental e de Saúde da Assembleia Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), esteve no município na manhã desta sexta-feira vistoriando o depósito de escórias produzidas pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) operado pela empresa Harsco, no bairro Brasilândia. A vistoria, segundo o parlamentar, tem como principal objetivo verificar as condições que se encontram os resíduos armazenados. A comissão não verificou a mudança na altura reduzida a quatro metros, como determinava a Justiça.
Schmidt informou ao A VOZ DA CIDADE, é necessário atualizar as informações sobre a questão para discutir os problemas gerados na cidade. Disse ainda que a vistoria visa ainda verificar o andamento do processo movido em conjunto pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual (MPF e MPE) que obriga a CSN e a empresa Harsco a cumprirem uma série de medidas para amenizar os riscos e danos ao meio ambiente e a saúde da população. Ainda de acordo com o deputado, após a vistoria, um relatório do que foi visto será feito e encaminhado aos órgãos estaduais e municipais competentes. “Mesmo com as decisões judiciais que obrigam os réus a reduzirem a quantidade dos resíduos, vimos claramente que a empresa não conseguiu cumprir essas determinações. A própria CSN afirma que não será possível chegar ao volume determinado pela Justiça”, comentou o parlamentar.
As informações apuradas pelo grupo serão tema de audiência pública, ainda a ser agendada, com a participação da sociedade civil e dos representantes da empresa e dos órgãos fiscalizadores.
O deputado lembrou que mesmo notificadas, as empresas tentam procrastinar ao máximo o cumprimento das ações. “E isso coloca em risco não só a população de Volta Redonda, mas de toda a região no entorno, já que os rejeitos se espalham pelo ar e também estão muito próximos de um rio que passa bem próximo às montanhas”, ressaltou o parlamentar, que realizou a visita ao lado de outros membros da Comissão, como o coordenador do grupo, o advogado Daniel Marques, e de representantes da CSN.
INICIATIVAS QUE ESTÃO SENDO ADOTADAS
Segundo informou a assessoria de comunicação da CSN, o deputado Gustavo Schmidt e técnicos da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj foram recebidos no Centro de Beneficiamento de Agregado Siderúrgico operado pela Harsco Metals. Durante a vistoria, os representantes da Companhia e da Harsco apresentaram ao parlamentar as iniciativas que estão sendo adotadas, entre elas o recente convênio firmado com sete municípios da região, para doação de agregado siderúrgico, bem como a disposição da empresa de firmar novos convênios com municípios e com o Governo do Estado, além dos estudos em andamento para novas destinações para esse agregado.
Os representantes da CSN e da Harsco esclareceram também que o agregado siderúrgico não é tóxico. Ele é um coproduto gerado no processo de refino do aço e usualmente destinado para diversas aplicações, em especial a pavimentação e a terraplanagem. Estas aplicações, mundialmente consagradas, representam ganho ambiental, uma vez que possibilitam a redução de uso de recursos naturais não-renováveis, como os provenientes de mineração de rochas, areias e outros materiais primários.
CPI
Em julho de 2018, os então deputados das comissões permanentes de Meio Ambiente, de Saneamento Ambiental e de Saúde da Alerj instalaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para obterem informações concretas sobre a montanha de escória. A medida foi anunciada depois que os parlamentares vistoriaram o depósito operado pela Harsco, no Brasilândia e adjacências, que fica em uma região onde residem pelo menos 15 mil moradores e a menos de 50 metros da margem do Rio Paraíba do Sul. Na ocasião, a CSN reafirmou que o material não é perigoso e reiterou que doaria parte da escória acumulada para recapeamento de estradas vicinais