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A Comissão da Pessoa Idosa da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou, na manhã desta quinta-feira, 12, uma ação educativa na Central do Brasil, no Centro do Rio, para alertar a população sobre os altos índices de violência contra pessoas idosas. A iniciativa faz parte da campanha Junho Violeta, que busca dar visibilidade ao tema. O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa é celebrado em 15 de junho.
De acordo com o Observatório Nacional dos Direitos Humanos, entre os anos de 2020 e 2023, mais de 400 mil registros de agressões e abusos contra idosos foram contabilizados em todo o país. O estado do Rio de Janeiro aparece em segundo lugar no número de ocorrências, acendendo um sinal de alerta sobre a urgência de ações preventivas.
A mobilização desta quinta-feira foi organizada em parceria com a Agetransp, a SuperVia, o MetrôRio e a Cedae. A proposta foi promover a conscientização sobre os direitos das pessoas idosas, especialmente no que diz respeito ao transporte público — um dos ambientes onde ocorrem muitas formas de violência cotidiana, como a negação de assentos prioritários, empurrões e atitudes desrespeitosas.
Presidente da Comissão da Pessoa Idosa, o deputado estadual Munir Neto (PSD) destacou a importância de reconhecer também as formas sutis, mas frequentes, de violência. “Acelerarem o ônibus sem esperar o idoso embarcar, zombarem de sua condição ou simplesmente ignorarem seu direito a assento prioritário são atitudes que têm sido denunciadas com frequência ao nosso Disque Idoso”, afirmou o parlamentar.
Munir Neto também lembrou que a Lei 8415/2019 garante que todos os assentos nos transportes públicos são prioritários para idosos, e não apenas alguns reservados. “Não é um favor, é um direito garantido por lei. Infelizmente, muitos ainda não respeitam isso no dia a dia”, criticou.
Durante a ação, foram distribuídas mudas de ipê-rosa, exemplares do Estatuto da Pessoa Idosa e folhetos informativos com orientações sobre os canais de denúncia e os diferentes tipos de violência — que vão além da agressão física, incluindo abusos psicológicos, financeiros e negligência.
O deputado reforçou que a atuação da Comissão vai além das ações pontuais. “Estamos em busca de novas parcerias para tornar esse trabalho permanente. A união entre o setor público e privado é essencial para enfrentarmos esse problema de forma efetiva. E, acima de tudo, é preciso denunciar. O silêncio só perpetua a violência”, concluiu.
As denúncias podem ser feitas pelos seguintes canais: Disque Idoso da Alerj: 0800 023 9191, Disque 100 (Direitos Humanos) e Ouvidoria da Agetransp: 0800 285 9796.