AGULHAS NEGRAS
As vendas do Dia dos Pais devem manter o movimento nas lojas ao longo dos próximos dias, agora, com o procedimento de troca de mercadorias. Em média, os estabelecimentos possibilitam o prazo de 10 a 15 dias para a troca das mercadorias, mediante apresentação da nota fiscal e etiqueta do produto. É o momento de o pai agraciado trocar o calçado que recebeu com a numeração errada, mudar a roupa que ficou apertada ou até mesmo trocar o presente por outro devido à defeito de fabricação, caso muito comum entre itens do departamento de eletroeletrônicos.
Em Resende, as lojas abriram por volta das 9 horas e logo nas primeiras horas já havia quem portasse uma bolsa com item de presente solicitando a troca. A comerciária Marcele Rocha, comprou o presente do pai no sábado e observou que havia poucas unidades do sapatênis adquirido. Como o presente ficou apertado, decidiu chegar cedo à loja e pedir a troca. “Comprei tamanho 41, ficou justo no calcanhar. Vim tentar achar outro com a numeração maior, e nesse mesmo modelo e cor. Penso que essa oportunidade de troca é fundamental”, disse a jovem que felizmente encontrou o item nas condições que desejava, numa loja do bairro Comercial. Em um magazine da cidade, a gerente Simone Barbosa conseguiu trocar a calça jeans presenteada ao pai, cujas medidas não lhe caíram bem. “A loja não se opôs à troca, difícil foi encontrar o mesmo produto na numeração correta. Tive que compensar R$ 14,90 e levar outra mais cara, porém do tamanho certinho. Acho que se a loja não deixasse haver troca perderia minha freguesia, porque presente tem sempre disso, errar tamanho”, comenta.
E de fato o receio de perder a credibilidade e o carisma com a clientela motiva a grande maioria dos lojistas, principalmente dos setores de vestuário e calçados, a adotar a troca de mercadorias sem defeito. “Vender é uma arte, a arte de agradar ao cliente, sempre. O boca-a-boca é nossa maior ferramenta de propaganda, prefiro trocar qualquer produto, claro, dentro da normalidade sem prejuízo à loja, do que ter um cliente insatisfeito falando mal de meu negócio”, comenta a comerciante e empreendedora Flávia Pereira.
Segundo perspectiva dos lojistas ouvidos pela reportagem, em média, na semana após grandes datas comemorativas como foi o Dia dos Pais, o fluxo de atendimento nas lojas tende a se manter elevada em torno de 10% a 15% perante os dias normais devido às trocas de presentes. “Não tem jeito. Faz parte da cultura do brasileiro a troca de mercadorias. Na nossa loja exigimos a etiqueta original no produto e que o cliente apresente a nota fiscal”, comenta o gerente Peter Vasconcellos.
LEGISLAÇÃO
De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, com base no Código de Defesa do Consumidor, se o produto estiver adequado para consumo, isto é, em perfeitas condições de uso, não há obrigatoriedade de troca. Isso vale, por exemplo, para uma roupa que, apesar de não vestir bem o presenteado, não tem problemas de qualidade.
No caso de presentes com defeito a empresa é obrigada a reparar o dano da mercadoria. Todos os fornecedores sejam os fabricantes, importadores e comerciantes respondem pela qualidade do produto. Assim, o consumidor pode recorrer a qualquer um deles ou a todos. A troca é imediata se for o caso de produto essencial com defeito, como uma geladeira, por exemplo. Em regra, a empresa tem prazo de 30 dias para sanar o defeito.
