SUL FLUMINENSE
O dia dois de novembro, quando se é celebra o Dia de Finados tem a tradição de se homenagear os entes queridos que já se foram com flores. Crisântemo, kalanchoe, rosas brancas, copo de leite, gérberas, lírios, calandivas, azaléia, orquídeas são as flores mais recomendáveis para a ocasião. De acordo com a tradição, as flores simbolizam o ciclo da vida. Elas nascem, crescem, morrem e viram pó. A vela é outro objeto bastante usado. Ela é um símbolo da luz, da vida e trajetória da pessoa.
Donos de floriculturas estão se preparando para o dia e com boas expectativas. De acordo com o gerente de uma floricultura, Jaques Farnezi, a procura pelas flores já começou. “A semana já começou com pesquisa de preços e compras antecipadas de quem prefere não deixar para última hora, já dá para notar que a procura cresceu”, destaca o gerente.
Para controle de qualidade, Jaques informa que uma quantidade específica já foi encomendada para o estoque. “Por experiência já sabemos a quantidade de venda e trabalhamos em cima da conserva para evitar a perca da qualidade. Nesta semana temos o pico da venda das flores, mas durante todo o ano apresentamos um bom ritmo de vendas”, citou.
Jaques levanta uma importante lembrança: os cuidados com a proliferação do Aedes aegypti. “Como as homenagens em sua maioria são feitas com plantas em vasos, nossos recipientes são furados e orientamos os clientes para que furem também as embalagens decorativas”, ressaltou.
MARGEM DE LUCRO
A margem de lucro pode chegar até a 10% durante este período que começou semanas antes do dia 2. Para a dona da Jô Mariana Flores, em Volta Redonda, Jô Souza, a flor crisântemo é a mais procurada, por resistir mais. Ela pode ficar no sol direto, por exemplo, mas vai durar até três dias. Explicou ainda que, vasos plantados são os que mais vendem, mas também saem bastantes rosas, kalanchoe, que também são bem resistentes. De acordo com a proprietária, as pessoas costumam comprar muitas flores, por isso sua expectativa de aumento é de 10% nas vendas.
“Os clientes não compram apenas uma flor, costumam comprar buquês ou, mais ou menos, uns dez vasos por vez. E, neste ano, estamos com boas expectativas para as vendas”, aponta.
História das Homenagens aos antepassados falecidos
Mas, essa tradição de levar flores aos cemitérios não é de hoje e, muito menos, começou no Brasil. Segundo o historiador, Caio Teixeira, é difícil dizer com precisão quando e onde esta prática começou. Disse que, na Grécia, na China, na Mesopotâmia, desde milhares de anos antes de Cristo, as flores já eram cultivadas pelas sociedades humanas.
Ainda de acordo com o historiador, a revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAE) publicou um artigo no qual relata que foram encontradas, na atual região de Israel, sepulturas cobertas por flores datadas de aproximadamente 10 mil a.C. Atualmente, o uso das flores é extremamente diversificado na nossa sociedade, mas, em todos eles, elas simbolizam a beleza e a pureza.
“E, no caso do seu uso na homenagem aos mortos, temos uma ligação direta com a religião cristã. O Império Romano utilizava flores em diversas atividades. Inclusive, é nesse período que se tem notícia da primeira atividade de comercialização de flores”, declarou Caio.
