Cobertura da 74ª Assembleia Geral da ONU: Evento contará com a presença de Jair Bolsonaro

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Silas Avila Jr

Editor Internacional do Jornal Voz da Cidade

Jornalista correspondente na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque

EUA

Após obter autorização de sua equipe médica, o presidente Jair Bolsonaro vai poder fazer a sua estreia na abertura da 74ª Assembleia Geral da ONU na terça-feira (24 de setembro) em Nova Iorque. Apesar de o presidente ter passado por uma cirurgia de hérnia no abdômen dia 8 de setembro, o risco de cancelar sua participação era “zero” de acordo com o próprio presidente. A agenda da comitiva na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas foi encurtada, mas mantida: a assessoria informa que houve “melhora significativa no estado de saúde”. A saída da comitiva presidencial está prevista para o dia 23 (segunda-feira), com retorno dia 25 de setembro. Amostras e especulações de como será o discurso de Bolsonaro na ONU estão espalhadas por diversos canais de comunicação: soberania, Amazônia e até a recente polêmica do veto ao discurso do Brasil sobre o clima podem entrar no roteiro do presidente.

Por tradição, o Brasil tem feito o discurso que dá início aos trabalhos como é de costume: desde 1955, não é uma regra que o Brasil inicie os discursos é apenas uma tradição. E por que temos esse privilégio?

Não se sabe ao certo o porquê do Brasil ser o escolhido para sempre inaugurar o evento mais importante da ONU. Uns dizem que foi para evitar as tensões entre Estados Unidos e União Soviética, que começavam a se estranhar na famosa Guerra Fria. O Brasil era um país considerado neutro. Outra teoria alega que essa foi uma compensação pelo fato de nosso país ter ficado de fora do Conselho de Segurança, um posto que Brasil ainda almeja. O fato é que esse privilégio não é uma regra escrita. Nenhum texto ou norma da ONU determina os brasileiros sempre façam o discurso inaugural da assembleia. Mas esse costume se manteve ao longo dos anos e acabou rendendo à presidente Dilma Rousseff o marco de ser a primeira mulher na história a fazer o discurso inicial em 2011.

Essa tradição teve origem na segunda Assembleia-Geral da história. E a segunda teoria e a mais forte e reafirmada por alguns líderes com exclusividade ao jornal A Voz da Cidade é de que o Brasil foi o primeiro país a aderir à ONU (Organização das Nações Unidas) e também é um dos Estados fundadores da organização. Além disso, Oswaldo Aranha, que foi ministro de Relações Exteriores no governo do General Vargas, teve grande importância na história da organização e presidiu a primeira sessão especial da Assembleia e a segunda sessão ordinária no mesmo ano. Nestes dois encontros, foi aprovada a criação do Estado de Israel, com voto favorável do Brasil.

Em reconhecimento ao papel desempenhado pelo ministro Aranha nos primórdios da ONU, o Brasil, desde então, abre os discursos da Assembleia Geral, que tem 193 Estados-membros, e os Estados Unidos, o anfitrião, é o segundo a falar. Para todos os outros países, a ordem de discurso é baseada no nível de representação, preferência e outros critérios. Oswaldo Aranha foi embaixador em Washington entre 1933 e 1937 e ministro das Relações Exteriores de 1938 a 1944.

Oswaldo Aranha foi embaixador em Washington entre 1933 e 1937 e ministro das Relações Exteriores de 1938 a 1944 – Divulgação

OSWALDO ARANHA E O ESTADO DE ISRAEL

Nos dias que antecederam a aprovaçãohistórica da partilha da Palestina em um Estado judaico e outro árabe, Oswaldo Aranha também articulou para garantir que a votação não fosse adiada. O Brasil apoiava a solução de dois Estados e era contra os argumentos de que os árabes eram maioria na região.

ASSEMBLEIA GERAL

A Assembleia Geral das Nações Unidas é uma das plataformas mais importantes para projetar o país. É um encontro, acima de tudo, para pautar a agenda internacional. Praticamente todos os chefes de governo se encontram na mesma cidade. E além dos discursos, os líderes que participam de diversos eventos paralelos e têm dezenas de reuniões bilaterais. Na terça-feira um pool de 8 jornalistas escolhidos pela UNCA (sigla em inglês) – Associação de Jornalistas Correspondentes da ONU participará de um almoço com todos os chefes de estado e o Jornal A VOZ DA CIDADE foi escolhido e participará do almoço.

 

 

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