BARRA MANSA/ESTADO
Foi divulgado no início desta semana pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) o estudo Saneamento Básico: uma agenda regulatória e institucional. Segundo o estudo, para universalizar os serviços até 2033, como prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), é necessário ampliar em 62% o volume de investimentos para um patamar de R$ 21,6 bilhões anuais. A pesquisa ainda apontou que o investimento insuficiente é o maior vilão para a ampliação da cobertura por redes de esgoto no Brasil. A média de recursos aportados no setor foi de R$ 13,6 bilhões. Sob a perspectiva do Estado, o empresário e pré-candidato a deputado estadual Bruno Marini (PSD) fez uma análise do estudo.
Ele acredita que a implantação efetiva de políticas públicas em saneamento básico é primordial para minorar o impacto que a falta de tratamento de esgoto traz à saúde da população. O pré-candidato destaca que na infraestrutura do estado um dos setores que apresenta maior déficit de atendimento e representa um dos grandes desafios de expansão é o de saneamento. E a morosidade na ampliação das redes, de acordo com Bruno, associada à baixa qualidade na prestação dos serviços têm trazido fortes implicações para a saúde da população, ao meio ambiente e ao setor produtivo. “A redução dos custos com saúde no Brasil, gerada pela universalização dos serviços de água e esgoto, chegaria a R$ 1,45 bilhão ao ano, segundo dados do Trata Brasil, 2017). Isto sem considerar todos os inestimáveis ganhos associados à redução da mortalidade infantil. Mas, infelizmente, os indicadores ainda são desastroso”, lamentou Bruno Marini.
Uma solução para resolver o problema, de acordo com Bruno Marini, seria a parceria público-privada, conforme o estudo da CNI também aponta. “Não adianta colocar a responsabilidade do saneamento básico apenas no governo. Ela precisa ser dividida com toda a sociedade, empresas e indústrias. Haja vista que a pesquisa revela que em regiões onde o serviço é realizado através do sistema público-privado, a cada R$ 1 investido, o retorno é da ordem de R$ 2,50 ao setor produtivo. A ampliação das redes resulta em melhorias na saúde da população. É preciso fazer esta matemática de que saneamento é economia em tratamento de saúde e está diretamente relacionado ao Desenvolvimento Econômico do Estado”, citou o pré-candidato.
A PASSOS LENTOS
Se os investimentos em saneamento básico continuarem sendo executados a passos lentos no Brasil, de acordo com o relatório da CNI, a universalização dos serviços no Brasil será atingida apenas após 2050, com cerca de 20 anos de atraso. Para o pré-candidato, o tratamento de esgoto é primordial e precisa ser elencado como prioridade. Ele deu como exemplo um dos cartões postais do Rio de Janeiro, a Baía de Guanabara, amarga há mais de 20 anos a promessa de ter suas águas despoluídas. Passaram governadores, deputados na Alerj e nada ainda foi resolvido.
Na região, de acordo com ele, o cenário se repete. “Cidades como Angra dos Reis e Paraty, que têm na atividade turística seu maior fator de desenvolvimento ainda despejam o esgoto sem tratamento nos mares. Em Barra Mansa, o esgoto também não é tratado e despejado nas águas do Rio Paraíba do Sul, o mesmo rio que abastece as residências e o comércio de toda a nossa região e também de grande parte do Rio de Janeiro, através da transposição do Rio Guandu, em Piraí, enumerou lembrando ainda que o mesmo ocorre em Barra do Piraí e Pinheiral.