VASSOURAS
Nesta sexta-feira, dia 20, foi inaugurada, na área externa do Museu de Vassouras, a exposição Vozes do Vale, que faz uma bela homenagem a diversos personagens da região do Vale do Café.
O museu, ainda em construção, realizou sua primeira exposição utilizando os tapumes da obra como suporte para as fotos de moradores, artistas, artesãos e religiosos que participam da construção e manutenção da cultura através de suas manifestações e tradições culturais. O projeto artístico foi conduzido e desenvolvido pela artista plástica Catarina Duncan e pelo fotógrafo Lourenço Parente.
Entre os homenageados que participaram da abertura, estava a Dona Helena da Silva, 72 anos, doceira e raizeira, que utiliza todo o seu conhecimento sobre ervas, herdado de sua mãe, Dona Mariana, para ajudar os moradores de sua comunidade, Andrade Costa. “Aprendi tudo que sei sobre ervas e doces com a minha mãe. Ela não tinha estudos, mas tinha muita sabedoria. E eu sou muito feliz por conseguir ajudar meus amigos e muitas famílias com as ervas que a natureza nos dá, e assim como minha mãe, não cobro nada, e tudo que eu sei eu passo para as pessoas que se interessam em aprender. Quero que esse conhecimento vá para muito longe”.
Sobre a exposição, Dona Helena se encantou ao ver sua imagem e de muitos conhecidos projetada em grande escala nos tapumes do museu. “Eu não imaginei que ficaria tão bonito. Não esperava ficar tão feliz! Acho que as fotos vão chamar a atenção das pessoas para essas sabedorias”.
O Mestre Sombrão também está entre os personagens celebrados pela exposição, por seu trabalho, que há mais de 20 anos ensina, divulga e mantém viva a tradição da capoeira, uma rica manifestação artística da cultura afro-brasileira. “Esta exposição é um grande reconhecimento e também uma grande oportunidade para dar visibilidade aos grupos de manifestações e às pessoas que mantêm as tradições culturais na nossa região”.
O prefeito Severino Dias, a vice-prefeita Rosi Silva e o empresário Ronaldo Cesar Coelho estiveram presentes na inauguração, além de autoridades políticas, servidores municipais, secretários e moradores.
Severino Dias e Rosi destacaram a importância das ações e obras de restauro que estão acontecendo em diversos casarões do Centro Histórico de Vassouras e que o Museu Vassouras será um grande marco para a história vassourense. “É um período de renovação e valorização nunca antes visto nas últimas décadas. E entre as muitas ações em andamento no município temos essa restauração do nosso centro histórico, com destaque para o Museu de Vassouras, idealizado pelo querido Ronaldo Cezar Coelho. É muito bom encontrar pessoas no caminho que amam Vassouras e se dedicam com o seu crescimento e valorização”, comentou a vice-prefeita.
O empresário Ronaldo Cezar Coelho, idealizador do Museu Vassouras falou sobre o início do projeto até o momento atual. “Foi a realização de um sonho adquirir o Casarão do antigo Asilo Barão do Amparo, e fizemos isso com apoio do Ministério Público e do Iphan e hoje estamos realizando nossa primeira exposição. Tenho orgulho de dizer que vamos construir história e deixar um legado com a construção do Museu Vassouras”.
Ronaldo também destacou que esta é a primeira vez no país que um museu traz para fora uma exposição antes mesmo da sua inauguração. “Este é o nosso primeiro diálogo com a comunidade. A cultura vem para o lado de fora com essa exposição pioneira no Brasil. Uma exposição que fala da nossa gente”, finalizou.
O Museu Vassouras esse vai ser um museu da gente, de todas as cidades que vai contar história dos negros, dos nativos e também dos fazendeiros, tropeiros que habitaram aqui
A exposição Vozes do Vale segue aberta ao público, na área externa do Museu Vassouras, no Centro Histórico da cidade.
Sobre o Museu Vassouras
O Museu Vassouras, previsto para ser inaugurado em 2023, será o primeiro dedicado a contar a história e a abrigar identidades da região do Vale do Café. O prédio, originalmente construído em 1853, foi a sede antigo Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vassouras.
Adquirido em avançado estado de deterioração e tombado pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – o conjunto arquitetônico está passando por processo de restauração e obras desde 2020.