Caso Julia Laport poderá ter fim hoje

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BARRA DO PIRAÍ

Hoje, o caso da pequena Julia Laport, de 10 anos, que ainda é um mistério para sociedade sobre as circunstâncias e motivação, pode ter um fim. O julgamento de Cristiane Laporte, de 28 anos, mãe da criança e principal suspeita de sua morte, está marcado para às 10 horas no Fórum de Barra do Piraí – 2° Vara Criminal. O corpo da menina foi encontrado em janeiro deste ano em uma mala no distrito de Ipiabas e a Polícia Civil apura se ela morreu há cerca de seis meses antes de ter sido encontrado, o que levaria há um período de um ano e um mês de sua morte. Ontem, a família da parte paterna conseguiu realizar o enterro de Julia, já que precisaram aguardar por meses liberação da Justiça para que uma mudança fosse feita em sua certidão de óbito, evitando que ela fosse enterrada como indigente.

O enterro aconteceu às 14 horas no Cemitério Recanto da Paz, em Barra do Piraí, com a presença de aproximadamente 25 pessoas, nenhuma da parte da família Laport. O A VOZ DA CIDADE acompanhou o cortejo fúnebre e conversou com o pai da criança, Anderson Quintanilha comentou que a sensação é de alivio e dor. “Agora vamos poder dar um descanso para ela, que vai seguir em paz. Não era a hora dela ir, mas agora ela agora vai ter o cantinho dela, ao lado da família, para visitarmos e orarmos por ela”, disse o pai, completando: “O sentimento também é de dor ao mesmo tempo, de perder um filho. Sempre pensei que os meus filhos que iriam me enterrar, não eu fazer isso. Não desejo isso para ninguém. É uma dor muito grande”, expressou Quintanilha.

Mãe, principal suspeita do crime, será julgada às 10 horas; o corpo da menina, sete meses após ter sido encontrado em uma mala, foi enterrado ontem

Anderson, questionado sobre os demais filhos (três), que compareceram ao enterro, disse que eles estavam muito abalados. “Sou muito apegado a eles, que são uma benção na minha vida. Não tenho o que falar deles, que mais me ajudam do que eu a eles. Se não fosse eles, acho que nem aqui eu estaria para fazer o enterro da minha filha”, disse.

Anderson falou sobre o julgamento da ex-mulher. “Espero que a Justiça seja feita. Que eles paguem pelo que eles fizeram. Acredito na Justiça, que sei que é falha, mas temos que acreditar nela e não fazer com as próprias mãos e eles paguem pela crueldade que eles fizeram com a minha filha”, apontou.

MÃE PRESA

Cristiane é a principal suspeita do crime e permanece presa. Ela será julgada hoje, às 10 horas e chegou ontem na sede da 88ª Delegacia de Polícia (DP). Já Ramon Manuel, de 20, padrasto da criança, responde em liberdade. Na ocasião, a Polícia Civil disse que a menina pode ter morrido seis meses antes do corpo ter sido encontrado.

Cristiane e Ramon, no dia 15 de abril, chegaram a participar de uma audiência de instrução e julgamento para produção de provas testemunhais por ocultação do cadáver da criança. A audiência fez parte do processo de número 000037432-2019.8.19.0006 e os responsáveis pelo julgamento, não deram detalhes sobre o fato.

O A VOZ DA CIDADE fez contato ontem com o delegado titular, Wellington Vieira, e o questionou se já se sabe as causas da morte de Júlia, mas o policial civil informou que não foi descoberto. “A mãe também não assumiu a autoria da morte da menina”, disse.

A pena de Cristiane pode chegar a 25 anos, por ocultação e abandono, podendo dobrar se comprovado participação na morte. A pena de Ramon por ocultação de cadáver pode chegar a 12 anos, também acrescido se for constatado que houve participação na morte da criança.

O CORPO NA MALA

A mãe da menina foi presa em janeiro após a ossada de sua filha ter sido encontrada dentro de uma mala, no dia 21 do mesmo mês, em Ipiabas. A menina tinha síndrome de West – caracterizada por crises epiléticas e dificuldade de locomoção.

Após a separação, Cristiane havia entrado com uma medida protetiva que impedia que Anderson se aproximasse de família, alegando que o mesmo era violento. “Ela não queria que eu ficasse perto, pois eu a reprimia e criticava se estava realmente cuidando bem da Julia, e ela arrumou um jeito de me afastar”, disse Anderson Quintanilha ao A VOZ DA CIDADE.

Com o sumiço da criança, alguns familiares procuraram Anderson para questionar o que teria acontecido e ele levou o fato até a Polícia Civil, que em seguida encontrou o corpo e deu início a investigação.

 

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