Casarão da Fazenda da Grama é destruído em incêndio em Rio Claro

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RIO CLARO

O domingo dia 22, amanheceu com uma triste notícia e que afeta um dos maiores patrimônios culturais da região Sul Fluminense. Um incêndio, por causas ainda desconhecidas, destruiu o Casarão da Fazenda da Grama, distrito de Rio Claro. Ninguém se feriu e o caso será registrado pela polícia local. Em setembro deste ano, o A VOZ DA CIDADE divulgou que os moradores da localidade estavam preocupados com os constantes incêndios em terrenos privados, época em que eles pediram uma providência do governo local.

Na noite deste sábado, dia 21, dezenas de homens da equipe do Corpo de Bombeiros de Barra Mansa, Piraí e Volta Redonda atuaram no combate ao incêndio no Casarão da Fazenda da Grama. O imóvel, que é um prédio particular, do século XIX, fica entre a estrada para Arrozal e a Rua Jabuticabeira.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas só foram controladas na manhã deste domingo. A previsão é que no mesmo dia uma equipe da Defesa Civil de Rio Claro visite o local para avaliar a estrutura do imóvel.

Em algumas imagens de moradores é possível visualizar mensagens de ameaças de morte, o que a princípio demonstra que o incêndio pode ter sido criminoso. O caso será apurado na 165ª Delegacia de Polícia (DP) de Rio Claro.

MORADORES JÁ HAVIAM DENÚNCIADO

Em setembro deste ano, a equipe do A VOZ DA CIDADE recebeu várias denúncias de moradores da Fazenda da Grama, que preferiram não se identificar por medo de represálias, sobre constantes queimadas em terrenos privados que possuem área ambiental e animais nativos. Segundo eles, o crime acontecia incessantemente há quase um mês e nenhuma iniciativa foi tomada para sanar ou punir os responsáveis. A população relatou ainda que, além disso, a cidade não possui uma sede do Corpo de Bombeiros.

Apesar de Rio Claro possuir uma área de mais de 800 mil quilômetros quadrados, a região não tem uma unidade dos bombeiros para auxiliar em caso de queimada. Segundo os moradores, devido a esse fato, quando acontece um incêndio, é necessário o apoio dos profissionais da cidade de Barra Mansa, porém a mesma, só possui uma viatura que já atende as demandas do município e, por conta da distância, demora mais de 40 minutos para chegar. Com isso, a população da Fazenda da Grama e os moradores de Rio Claro, que também dependem do serviço, pela falta dele, acabam tendo que apagar o fogo alastrado na zona florestal.

De acordo com a National Fire Protection (NFPA), o ideal é que o município tenha um profissional para cada dois mil habitantes. Rio Claro tem 18,5 mil pessoas.

Segundo o artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndio em mata ou floresta é ilegal. A pena é de reclusão de dois a quatro anos, assim como causar incêndio expondo a vida, integridade física ou patrimônio de outra pessoa.  O infrator é sujeito à reclusão de três a seis anos, de acordo com o artigo 250 do Código Penal. Além da possibilidade de responder a processos criminais, o particular que faz uso de fogo sem licença pode sofrer multa administrativa de R$ 1 mil por hectare, bem como pode ser chamado a reparar os danos causados. Isso inclui também, danos morais em prol da coletividade, que fica vedada de fruir do patrimônio ecológico degradado.

O jornal A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a Prefeitura de Rio Claro, para saber em relação a posição da mesma sobre a denúncia de falta de fiscalização e punição eficiente. Segundo os responsáveis na ocasião, quando a Secretaria de Meio Ambiente recebe denúncias sobre queimadas, a situação é verificada e quando é identificado o autor do ocorrido, ele é notificado e multado. A mesma, afirmou receber o apoio do Corpo de Bombeiros de Barra Mansa, entretanto, relatou já estar realizando um levantamento para a criação da brigada anti-incêndio da região, com apoio do Comitê Guandu que está se movimentando para criar e equipar as brigadas nos 15 municípios que participam dele.

 

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