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Casal de Resende desaparecido no Chile vai retornar para o Brasil nos próximos dias

Por Cyntia Freitas
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RESENDE

A família de Eraldo Rodrigues e Aurora da Silva Rodrigues, 60 e 59 anos, respectivamente, que foram encontrados vivos na sexta-feira, dia 23, próximo à fronteira da Argentina, em Paso de San Francisco, em Laguna Verde, vão retornar para o Brasil nos próximos dias. Eles estavam desaparecido desde o último dia 18 no Chile, após o carro que viajavam, um Nissan Versam de cor vermelha, ficar atolado na neve. Para se refugiaram da neve, o casal ficou em um abrigo, isolados e sem comunicação.

O casal saiu de carro de Resende, no último dia 2, com a intenção fazer uma viagem até a Argentina e chegar até Paso San Francisco, na cidade de Copiapó, na Cordilheira dos Andes e retornar ao Brasil pela Argentina. No entanto, desde a manhã do dia 18, Eraldo e Aurora não deram mais notícia.

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No caminho, casal foi surpreendido por nevasca no deserto do Atacama – Divulgação

O filho do casal, Raphael Rodrigues e a nora Cíntia, não tiveram contato com eles quando estariam na região do Atacama. Em contato com a família, a imigração informou que o casal não tinha passado pela fronteira de Paso San Francisco.

No dia 22, Raphael Rodrigues e a nora Cíntia, foram para o Chile. Em Copiacó abriram um Boletim de Ocorrência e acompanharam as buscas. O Itamaraty – Ministério de Relações Exteriores do Brasil também auxiliou a família.

O casal deixou o refúgio no abrigo Laguna Verde, onde foram abrigados, na manhã de sábado, dia 24. Eraldo e Aurora já estão com o filho Raphael e a nora Cíntia. A família vai aproveitar o final de viagem e vai retornar junto, de carro, para Resende em dez dias, passando pela Argentina e o Sul do Brasil.


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Eraldo e Aurora ficaram em abrigo por cinco dias – Divulgação

INTERCORRENCIAS

De acordo com a família, quando saíram na manhã de domingo, dia 18, do hotel, o tempo estava bom. No entanto, em determinada altura começaram as nevascas. “Eles passaram pela primeira, segunda e a terceira, a visibilidade foi ficando ruim e ao desviar de algo, Eraldo bateu o carro e atolou na neve”, contaram os familiares, informando que nesse momento, não daria mais para seguir viagem. “Foi quando Eraldo conseguiu sair do carro e ver a região onde estavam, se havia algo para se protegerem. Eles avistaram o abrigo, recolheram alguns itens do carro e foram até lá”, complementaram.

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Casal teve que racionar comida para sobreviver – Divulgação

No abrigo, o casal montou uma barraca que estava no carro, um colchão e levaram o fogareiro. O abrigo estava precário, os meios de comunicação do abrigo estavam desligados. “Assim passaram a primeira noite. No dia seguinte o carro já estava tomado de neve, era impossível sair de lá. Eles foram até o veículo, assim que conseguiram sair no mal tempo, limparam a neve ao máximo. Mas a nevasca continuava. Eles fizeram algumas estratégias de racionamento de comida que tinham no carro, como maçãs, biscoitos, balas e latas de atum”, relatou a família.

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Nissan Versa que Eraldo e Aurora viajavam congelou com a nevasca -Divulgação

Quando perceberam a gravidade, Eraldo e Aurora, deixaram bilhetes nos vidros do carro, caso alguém encontrasse, informando que estariam no abrigo. “Foram dias muito difíceis, temperatura lá chegou a -20°C. Eles sabiam que seria difícil encontrá-los. Escreveram um diário, e recados para algumas pessoas, eu e Raphael, alguns parentes também. Eles deixaram tudo pronto, roupas separadas para resgate, cartas, diário”, informaram os familiares, relatando que o casal chegou a vestir sacolas entre meias e o tênis para se aquece. “O abrigo é muito precário, no segundo dia Eraldo já começou a arrumar os buracos, pois a nevasca trazia muita neve para dentro. Ele usou uma fita adesiva que tinha na bolsa. Ele fez os reparos na medida do possível no abrigo, não foram suficientes, claro, mas diminuiu o gelo que entrava dia e noite”, contou.

Já no quarto dia, a água acabou e o casal para se hidratar teve que comer gelo, ainda mais que o gás do fogareiro também acabou. “Era o limite mesmo”, disse outro familiar.

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