RESENDE
Os carteiros da Agência dos Correios de Resende permanecem em greve reivindicando melhores condições de trabalho no setor do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD). Nesta quarta-feira, 20, a categoria aguardava instruções sindicais da reunião entre a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ) e a Administração Central dos Correios, em Brasília-DF para deliberar sobre o movimento.
Os carteiros pedem a contratação de novos trabalhadores para agilizar a demanda de entregas na Agência de Resende, responsável por Resende, Itatiaia e Porto Real. Além disso, pedem instalações adequadas para o serviço no CDD e que os funcionários em greve não tenham os dias parados descontados na folha salarial.
Segundo o Sintect-RJ, do encontro em Brasília foi encaminhada à Resende a proposta de abater 50% dos dias paralisados na folha salarial dos trabalhadores em greve, e a promessa de que ao menos nove trabalhadores temporários (MOTs) seriam destinados para auxiliar os carteiros na agência de Resende. A representação regional do Sintect colocou a pauta em discussão e votação em nova assembleia, nesta manhã, em Resende, com os carteiros grevistas, na Praça da Concórdia. A categoria decidiu seguir em greve, entendendo que a promessa de novos profissionais terceirizados foi realizada anteriormente e não cumprida e que todos lutam por condição e trabalho e já terão os dias paralisados compensados futuramente com trabalho extra, atendendo a alta demanda de encomendas que se acumulam aguardando entrega.
Segundo Esmeralci Silva, representante do Sintect-RJ no Sul Fluminense, a categoria luta por condições de trabalho eficiente e teme não ter sua demanda atendida novamente. “Os carteiros de Resende estão em greve desde o dia 5, no dia 13 reiteraram isso durante assembleia projetando possível retorno no dia 18, quando havia a promessa de que Resende receberia nove trabalhadores contratados. Nada ocorreu, o Sintect levou a situação à Brasília e hoje tivemos a proposta de desconto de 50% dos dias de greve e que dia 26 os MOTs enfim chegarão para auxiliar os carteiros daqui. A questão da estrutura da unidade nem foi citada ainda. Levamos a proposta para assembleia e os profissionais deliberaram manter a greve, pois suas reivindicações não foram cumpridas: queremos isenção do desconto dos dias parados dos grevistas, mais trabalhadores contratados e melhores condições na estrutura da agência. Portanto, a greve segue até realizarmos nova assembleia, dia 26”, frisa o sindicalista.
DEMANDA ACUMULADA
Enquanto a greve persiste o único serviço realizado pelos carteiros da Agência de Resende é a entrega de sedex. Segundo Halison Nunes, carteiro da agência local que representa a categoria junto do Sintect, em Nova Iguaçu e Rio de Janeiro (Benfica) constam quase 15 mil encomendas e outras 90 mil correspondências paradas para serem entregues nas áreas de abrangência do CDD de Resende. “Nossa luta é pela melhoria na condição de trabalho, agilidade e eficiência a favor da população. A empresa parece não se importar com isso, cresce o volume de entregas, mas o carteiro não pode ser punido com dias descontados durante a greve e também precisamos de mais mão de obra. Já prometeram nove MOTs para o dia 18 e não cumpriram, vamos aguardar até o dia 26. Ainda assim, que eles venham a situação se ameniza até o fim do ano, pois terão contrato de três meses com possibilidade de prorrogação por mais três. Os dias parados serão compensados com mais serviços, a demanda de entregas é alta. Estamos colocando a situação financeira de nossas famílias em risco, buscando condições de trabalho”, comenta o profissional. Segundo o Sintect, Resende conta com 22 carteiros e o total ideal seria de 49 profissionais.
NEGOCIAÇÃO
A reportagem fez contato com a direção dos Correios para comentar a situação em Resende. Através de nota a assessoria de imprensa informou que “os Correios apresentaram uma proposta de desconto de metade dos dias paralisados e compensação da outra metade. No entanto, os empregados rejeitaram a proposta e decidiram continuar a paralisação. Até a próxima semana está prevista a chegada de novos trabalhadores na unidade para reforçar a equipe. A empresa seguirá em diálogo com os empregados”, frisa.