Cartão de crédito lidera ranking dos endividados

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SUL FLUMINENSE

Um estudo realizado pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) abrangendo mais de 500 consumidores fluminenses buscou entender quais as expectativas dos fluminenses com relação à retomada da economia estadual e nacional, além da percepção sobre o desemprego e renda familiar, entre outros indicadores. Para 89% dos consumidores os preços dos bens e serviços por eles consumidos estão aumentando.

Em virtude da pandemia, foram questionados sobre o endividamento gerado pela crise financeira focando nos últimos três meses. Segundo o IFec, 31,7% dos ouvidos afirmaram que não ficaram endividados no período. Responderam que ficaram com poucas dívidas 25,1%, como endividados foram 23,3% e 19,9% relataram que ficaram muito endividados.

Entre os tipos de dívidas, o cartão de crédito liderou o ranking com 63,5% dos ouvidos, seguido pelo crédito pessoal (26,7%), cheque especial (22,2%) e carnês (18,5%). Segundo o iFec, de certa forma o nível de endividamento permaneceu praticamente estável em relação à pesquisa realizada em agosto. Além disso, nos últimos três meses, 47,1% dos consumidores afirmaram que não ficaram inadimplentes. No mês de agosto, o percentual de informantes que não estavam inadimplentes foi igual a 35,3%.

A dona de casa Elisângela Ferreira, 49, tem nos cartões de crédito o vilão do orçamento familiar. “Eles ajudam quando estão com saldo e faturas em dia, o que não consigo manter ao longo do ano todo. Pago com atrasos e ora ou outra podem estar até bloqueados. Procuro ter consciência e gastar o necessário e manter os boletos em dia, mas a crise mexe com todo o orçamento. O cartão de crédito é sem dúvida a minha principal dívida, girando em torno de R$ 3 mil”, conta a microempreendedora do ramo de beleza e estética.

Para a economista e educadora financeira Eliane Barbosa, o consumidor deve usar o cartão com inteligência. “Recuse cartão com limite muito além da sua realidade financeira. Gaste somente com o que for importante e priorize quitar a fatura mensalmente. Os juros são elevados, cerca de 12% somente no rotativo. A melhor dica ainda é pagar em dinheiro, para isso faça reservas, evite os parcelamentos, os carnês e prestações”, orienta.

PERSPECTIVA PARA A RENDA FAMILIAR

A pesquisa também procurou saber quais são as expectativas dos consumidores fluminenses para a evolução da sua renda. Em julho, 55,5% acreditavam que sua renda cairia. Em setembro, o percentual caiu para 41,5%. Uma parte importante das pessoas que acreditavam que a sua renda cairia em julho, agora acha que a renda ficará estável.

O mesmo estudo levantou também a probabilidade de consumo de bens duráveis nos próximos meses: 37,5% dos entrevistados afirmaram que os gastos com esse tipo de bem irão se manter, 33,6% pretendem diminuir e 28,9% devem aumentar as compras desses itens. Em agosto, 14,9% dos entrevistados haviam dito que os gastos com bens duráveis aumentariam.

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