Campanha luta pelo Fim da Violência contra as Mulheres

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SUL FLUMINENSE/MUNDO

Começou sábado a Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A mobilização anual, praticada simultaneamente por diversas organizações da sociedade civil e poder público, tem o intuito de fortalecer esse enfrentamento. Desde sua primeira edição, em 1991, já conquistou a adesão de cerca de 160 países. Mundialmente, a Campanha se inicia em 25 de novembro – Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, passando pelo 06 de dezembro, que é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Em Barra Mansa, o início da campanha foi marcado pela coleta de assinaturas pela volta do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam). A ação aconteceu sábado, no centro da cidade, e foi promovida pela Associação Mulher e Cidadania. O Ceam, fechado em julho de 2016 pelo então prefeito Jonas Marins, funcionava no Parque da Cidade. A unidade contava com uma equipe de profissionais das áreas de serviço social, psicologia e direito. Quando necessário, as mulheres vítimas de violência eram encaminhadas para as instituições da rede de proteção: UPA, Hospital da Mulher, 90ª Delegacia de Polícia, Defensoria Pública e Conselho Tutelar.

Entre as ações pelos 16 dias de ativismo na região Sul Fluminense, está o Seminário da Região Sul Fluminense: Políticas Públicas de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher’; que será realizado às 14h30 de amanhã, no Sindicato da Construção Civil (Rua 4, 310, Conforto, Volta Redonda). A palestrante é Angela Fontes. O evento contará com a participação da subsecretária de Políticas para as Mulheres do Estado do Rio e presidente do Cedim-RJ, Cristiane Lamarão.

Já no dia 08 de dezembro, acontece em Barra Mansa a Caminhada Pela Paz, que será promovida pela Casa Paz e Bem, localizada no bairro Vista Alegre, junto com outras entidades.

Participante ativa da luta contra a violência ao público feminino e membro da Associação Mulher e Cidadania, a ex-deputada Inês Pandeló disse que a sociedade precisa participar desse movimento; ir contra a questão cultural de séculos de machismo. “A Lei Maria da Penha foi um grande avanço; salva muitas vidas, mas estamos vendo retrocessos diante da crise nas políticas públicas para as mulheres. O Ceam, em Barra Mansa, é um exemplo disso”, disse Inês.

DOSSIÊ MULHER

O Dossiê Mulher traz informações relativas à violência contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro. O relatório anual aborda os principais crimes que milhares de mulheres sofrem cotidianamente, como a lesão corporal dolosa, a ameaça, o atentado violento ao pudor, o estupro, o homicídio doloso e a violência doméstica.

Apesar da propagação dos malefícios que esse tipo de violência acarreta, ainda são frágeis as estratégias de defesa dos direitos da mulher. A ideia de que a vítima pode ter provocado as agressões sofridas, continua a prevalecer em algumas representações sociais.

Ciente dessa condição, o Instituto de Segurança Pública (ISP) lança anualmente o Dossiê, visando contribuir com o aumento da visibilidade deste tipo de violência, ressaltando a importância do combate desses delitos.

Segundo o balanço das ocorrências registradas em 2016, que fazem parte do Dossiê 2017, dos homicídios de mulheres – 17,7% tinham relação entre a vítima e autor (companheiros e ex-companheiros 12,6%; pessoas conhecidas, pais/padrastos e parentes 5,1%). A arma de fogo foi usada- 46% (181) do total, enquanto 9% (34) arma branca e 1,0% (4) o emprego de material inflamável.

Violência Sexual é o tipo de violência que proporcionalmente mais atinge as mulheres. Dos diferentes crimes sexuais tratados, as mulheres representam entre 80% e 90% do total de vítimas, atingindo em 2016 uma taxa de 46,1 vítimas por 100 mil mulheres. São mais de 4 mil mulheres vítimas de estupro em 2016 – uma vítima a cada 2 horas.

 

Dados do Dossiê Mulher de Barra Mansa

Homicídio doloso – 2

Tentativa de homicídio – 12

Lesão corporal dolosa – 466

Estupro – 18

Tentativa de estupro – 2

Importunação e ofensiva ao pudor – 2

Assédio Sexual – 1

Ameaça – 492

Constrangimento ilegal – 8

Violência moral – 285

Violência patrimonial – 74

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